Nos tempos pré-históricos, quando os hormônios sexuais de um homem alcançavam um certo nível, ele sabia o que tinha de fazer: sair à cata de uma mulher. O diabo é que muitos outros, em igual situação, seguiam o mesmo instinto. E a pândega, para ser resolvida, necessitava de uma farta troca de porretadas entre os pretendentes.
Declarado o vencedor do torneio, este se apresentava à fêmea. Só que ela, muitas vezes, não concordava com o resultado da disputa. E, por conta da insubmissão, recebia também a sua porretada. A seguir, era ela arrastada pelos cabelos em direção ao tálamo nupcial.
Esses métodos toscos de conquista e condução deixavam a mulher das cavernas com uma dor de cabeça danada. Apenas quando os mesmos foram abolidos é que o sintoma veio a desaparecer, acredita-se. Sim, veio a desaparecer para ressurgir, muito tempo depois, na cabeça da mulher moderna. Como o sintoma que, por excelência, a protege das relações sexuais indesejáveis. E esse ressurgimento da dor de cabeça na mulher é um exemplo notável de atavismo na espécie humana.
Contudo, um detalhe permanece sem resposta. Por que o homem das cavernas puxava a sua mulher pelos cabelos e não pelos tornozelos? Se os tornozelos parecem mais firmes e apropriados para as operações de carreto? Alguma motivo para isso, e que a mente do homem moderno não vislumbra, os nossos antepassados deviam ter.
É um assunto que deixo à consideração dos paleoantropólogos. Quando eles encontrarem a explicação, terei imenso prazer em ceder espaço no blog para que a exponham. PGCS
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