Em minhas viagens de trabalho à cidade de Itapiúna, pela rodovia CE-060, eu passo de carro por algumas pequenas pontes. Elas cruzam rios, aliás, filetes de rios (às vezes, nem isso), reduzidos como se apresentam pela inclemência do sol, que castiga o sertão cearense, associado à irregularidade das chuvas.
Placas bem conservadas, ainda não danificadas pelos pichadores, me informam à entrada das pontes os nomes que os rios têm. Na maioria das vezes, são nomes bem pitorescos como Baú, Água Verde, Gavião, Oitizeiro e Pesqueiro.
Um desses rios, que cruza a estrada no trecho entre Guaiuba e Acarape, tem o simpático nome de Rio Riacho. E parece não fazer caso de ter sido rebaixado a riacho, como se estivesse a matutar que não há mal que sempre dure. No seu caso, uma circunstância que deve acabar ao receber as águas da próxima quadra invernosa. E assim, revitalizado e a correr fartamente no leito, poder esse rio surpreender aqueles que o menosprezam.
(fotografia por câmera de telefone móvel)
Então, é quando uma associação de pensamentos me transporta a março de 1972. Eu, aluno de um curso de formação de oficial médico, na Escola de Saúde do Exército, no Rio de Janeiro. A integrar uma turma de cem jovens médicos, oriundos de diversos estados do país, e ansiando todos em receber no fim do curso as patentes.
Fomos avisados de que devíamos escolher os nomes de guerra. Colocados nos fardamentos, eles fariam com que logo nos conhecêssemos, uns aos outros, por esses nomes.
Sucede que um dos colegas, que pertencia à família Coronel, adotou como nome de guerra o tal sobrenome "militar". E, assim, passou a ser chamado de Tenente Coronel, ora por brincadeira, ora por respeito.
Ostentando duas estrelas em cada ombro, via-se de longe que esse Coronel era apenas um tenente. Pois, para ser um Tenente-Coronel - de verdade - o estimado colega tinha que possuir três estrelas, duas das quais "gemadas". Ah, isso ainda ia levar muito tempo!
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