06 janeiro, 2010

O decálogo de Russell

Em sua autobiografia, o filósofo inglês Bertrand Russell (1872-1970) propôs um código de conduta baseado em dez princípios:
  1. Não tenhas certeza absoluta de nada.
  2. Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
  3. Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza terás insucesso.
  4. Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.
  5. Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
  6. Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.
  7. Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
  8. Encontres mais prazer no desacordo inteligente do que na concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
  9. Sê escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.
  10. Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.
Um fato pitoresco
Outubro de 1948. Quando o avião em que Bertrand Russell viajava pousou em um fiorde em Oslo, houve um solavanco. Russell foi parar no chão, onde a água começava a subir, e achou que tinha sido apenas uma onda que havia invadido o avião e exclamou "well, well", enquanto procurava seu chapéu. Abriram a porta e o puxaram para dentro da água. Só então ele começou a entender o que se passava e pensou apenas em proteger sua maleta, mas teve de deixá-la para nadar até o barco mais próximo. Metade dos passageiros morreu, porém houve mais sorte com aqueles que estavam no setor para fumantes, onde o filósofo se encontrava.
Mais tarde um repórter lhe perguntou: "O que pensou quando pulou na água?"
Ele respondeu: "Que estava fria."

3 comentários:

Nelson Cunha disse...

Destaco a pergunta idiota do repóter:

"O que pensou quando pulou na água?

Lembrei de uma pergunta que fizeram pro Romário, contendo a mesma "originalidade"

"O que pensou quando fez o gol? "

Resposta do Baixinho:

UM A ZERO !

Paulo Gurgel disse...

Um bom jogador (Russell, Romário, Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo, tudo em R) consegue dar aproveitamento mesmo a um mau passe.

Nelson Cunha disse...

A pergunta do repórter meia sola não foi essa.

Foi assim:
Romário, o que voce pensou quando abriu o placar?

Resposta:

Fiz um a zero!