03 outubro, 2009

O Armário

Marcelo me liga para informar que a coletânea "Ressonâncias", a ser editada pela Sobrames - Ceará, já se encontra à disposição dos autores para a revisão dos textos. Sendo o autor de um deles (o conto "O bingo das pedras frias"), dirijo-me à Expressão Gráfica, na Aldeota, onde o livro será impresso, com a finalidade de revisar o que escrevi.
Situada na rua João Cordeiro, a gráfica fica exatamente ao lado de um estacionamento de carros, o qual vem sendo utilizado pelos clientes de um restaurante que funciona na esquina dessa rua com a avenida Santos Dumont.
Uma placa naquela área descoberta diz se chamar "Estacionamento o Tronco do Sapoti".
Veio-me então à memória o tempo em que ali existiu o Armário. Um bar simples e despojado que, nos primeiros anos da década de 1980, foi muito frequentado pelos boêmios de nossa cidade. Em suas mesas, deixei-me ficar inesquecíveis horas, conversando e ouvindo canções, na companhia de grandes amigos. O cardiologista Vladimir Morais (falecido), sua futura esposa Lúcia Bessa, Lucíola Rabelo, Wilson Medeiros e tantos outros. E o frondoso sapotizeiro (atualmente bem carregado) que assistia a nossos papos ainda está lá, por sinal.
Não dispondo aquele point de uma carta de tira-gostos, era comum o grupo "fazer uma base" no Jairo's. Uma base alimentar (digamos assim), em que forrávamos os estômagos com pedaços de pizzas no Jairo's, antes de irmos drincar no Armário. Poucos passos separavam as duas casas, e o Jairo's, como é do conhecimento geral, ainda teima em sobreviver.
Os irmãos Armando e Mário (daí o nome "Armário" do bar) eram os seus proprietários. E, pelo que ainda se conta, um deles não conseguiu resistir aos encantos de uma famosa cantora da Jovem Guarda numa de suas temporadas em Fortaleza. Desse affaire resultando o fim de um casamento, de uma sociedade comercial em família e, obviamente, do próprio bar.

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