07 junho, 2009

A rede de dormir

"Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede."
"A Casa" - Toquinho e Vinicius

O uso da rede para dormir é um costume bastante antigo herdado dos indígenas brasileiros. Eles chamavam a rede de ini. Foi em 1500 que Pero Vaz de Caminha, navegante português, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, que, sem procurar saber o nome já usado pelos indígenas, chamou esse tipo de leito de rede de dormir (pela semelhança com a rede de pescar).
As redes primitivas feitas pelas mulheres indígenas eram de fiação simples e malhas grandes: por este motivo, faziam lembrar a rede de pescar.
Meio século depois do descobrimento, a rede já era usada pelos colonos e pelos jesuítas. E, no Brasil Colonial, foi muito usada também como meio de transporte para longas viagens. Eram colocadas nos ombros dos escravos, que a sustentavam por meio de uma vara.
Nas áreas mais pobres da região Nordeste, era costume os mortos serem transportados em redes, então chamadas de redes de defunto.
A técnica de tecer a rede, foi aperfeiçoada pelas mulheres portuguesas. A rede foi então, cada vez mais, usada nas vilas, povoados e engenhos de açúcar, principalmente pela facilidade de transporte. Bastava enrolá-las e colocá-la às costas, visto que as camas de madeiras eram mais pesadas e até então não eram fabricadas no Brasil.
A vinda dos teares possibilitou a confecção de tecidos mais compactos, de redes com franjas, varandas, tornando-as mais confortáveis e ornamentais.
A rede foi, por mais de quatro séculos, um elemento presente e indispensável na vida dos brasileiros. Usava-se a rede desde o nascimento até a morte.
Hoje, apenas em algumas regiões, principalmente do Norte e Nordeste, a rede é usada para dormir.
Nos grandes centros urbanos, a rede é mais um objeto de decoração de residências e serve como ponto de referência aos costumes regionais. São armadas em terraços, alpendres e varandas de casas e apartamentos, casas de praia e de campo, geralmente para descansar ou tirar sesta, mas raramente para dormir à noite.
O Brasil exporta suas redes de dormir para muitos países. E o Estado do Ceará está entre os grandes produtores do país.

Desabafo do usuário
Não encontrei na internet vídeos ensinando a dar o nó no punho de uma rede (como os que ensinam a dar o nó em uma gravata). Uma intervenção que é indispensável quando a rede se mostra maior do que o espaço em que vai ser colocada. Se a rede é menor, então a solução é mais fácil: utiliza-se de cordas ou de correntes para aumentá-la conforme o espaço entre os ganchos.
Acessando, porém, o site DE TUDO UM POUCO, deparo-me com esta dica: Como encurtar sua rede de dormir, que vem acompanhada das ilustrações de como executar as manobras para o encurtamento.

2 comentários:

Anônimo disse...

Neste blog tem várias dicas maneiras sobre redes de dormir: www.kampa.com.br/blog
Odair

Paulo Gurgel disse...

Obrigado pela visita e pelo comentário, Odair.
Já conferi a sua dica. Valeu.
Paulo