18 maio, 2007

Pedra, papel e tesoura

Um dia, eu dei de presente a meu filho Érico, então um menino de sete anos, um videogame da marca Master System II. Um brinquedo que trazia, em sua memória, o jogo eletrônico Alex Kidd in Miraculous World, para iniciantes. Participando do jogo, através do joy stick, Érico e eu (que fui seu mestre nos primeiros dias) fazíamos Alex quebrar rochas, dirigir veículos, saltar abismos, percorrer cavernas, mergulhar em águas profundas... E, ainda, ajudávamos o herói-menino a enfrentar e a aniquilar terríveis inimigos, muitas vezes com os poderes especiais que lhe conseguíamos.
Todavia, no Miraculous World, existiam mudanças de fase em que, para Alex prosseguir, tinha que vencer um inimigo. Num torneio de pedra, papel e tesoura: um jogo dentro do jogo! Isto foi para mim uma novidade, pois eu só conhecia o par ou ímpar, o cara ou coroa e o jogo dos palitinhos. Mas logo aprendi como era o pedra, papel e tesoura. Alex e o inimigo duelavam mostrando, um a outro, uma das mãos. A mão fechada era pedra, a mão aberta, papel, e a mão com dois dedos esticados, tesoura.
Sempre uma opção vencia a segunda e perdia para a terceira. Eis como entender essa regra, a partir de suas justificativas:
.....pedra x tesoura: vence a pedra (porque quebra a tesoura)
.....tesoura x papel: vence a tesoura (porque corta o papel)
.....papel x pedra: vence o papel (porque embrulha a pedra)



Depois de algumas partidas ficamos craques. Pois cada inimigo jogava o pedra, papel e tesoura de uma forma pré-estabelecida. Mas, para falar a verdade, enquanto funcionou o nosso Master System II, jamais os três (Alex, Érico e eu) derrotamos o último chefão do Miraculous World. Aliás, naquelas morosas partidas (que não davam direito a salvar os resultados), raríssimas vezes conseguimos entrar em seus aposentos no castelo do Mal.

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