03 dezembro, 2023

Economia de fim do mundo

"Quem acredita em crescimento infinito em um planeta fisicamente finito,
 ou é louco, ou é economista." David Attenborough
Este mês fomos à Campo Grande - MS e aproveitamos para conhecer a região de Bonito.
Campo Grande estava um calor quase insuportável. E a cidade estava coberta de fumaça. Para onde olhávamos, havia fumaça no ar. Os moradores de lá informaram que eram das queimadas no pantanal. E o pantanal está virando um grande deserto.
De Campo Grande fomos para Bonito, o lugar do "turismo ecológico", segundo as agências de turismo, os belos balneários e todos os interessados no turismo do local.
No caminho para Bonito, a grande surpresa foi ver a devastação provocada por plantações e criações de gado ("plantações de churrascos", segundo os moradores). Parece um grande deserto com algumas pequenas ilhas devegetação. Algumas vegetações nativas foram até substituídas por eucaliptos. O que me parece bem pior para a região, em termos ecológicos.

Uma "plantação de churrascos". Crédito desta imagem a Fábio Porchat, no Face

Creio que precisamos urgentemente elaborar uma "economia de fim do mundo". Ou, pelo menos, "fim do mundo" como o conhecemos. Senão, já podemos imaginar o belo planeta azul girando como uma bola de fogo em torno do sol incandescente.
Uma "economia de fim de mundo" que apontasse para uma necessária redução das populações com a consequente redução das cidades, redução de toda forma de produção e consumo e a melhoria substancial da qualidade de vida e bem estar da população remanescente. Esta economia deverá conviver com a redução de PIBs, PNBs, renda nacional, renda per capita etc. Poderíamos começar reduzindo todo forma de produção de armamentos. Ou acabando de vez com este tipo de produção e comércio.
Diminuindo ou acabando com os empregos Miseráveis, com os famintos desempregados que compõem os exércitos industriais de reserva, dos que morrem nas trincheiras como buchas de canhão, enfim.
E isto não seria nenhuma revolução marxista, mas uma evolução que retroagiria aos primórdios de sobrevivência da humanidade, onde o esforço em prol da coletividade e do bem comum imperasse em todos os aglomerados humanos.
Talvez a única forma de sobrevivência do estúpido Homo sapiens neste planeta.
Fernando Gurgel Filho

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