Talvez seja por isso que as humildes cabaças foram algumas das primeiras plantas a serem domesticadas.
O termo "cabaça" não é botânico, mas é o que você usa. Ele cobre uma variedade de plantas com partes globulares ocas, sendo o termo frequentemente estendido para as plantas em que elas crescem. Muitas estão na família Cucurbiticaea, outras crescem em árvores da família Bignoniacaeae. Em todo o mundo, a mais importante é a cabaça Lagenaria siceraria.
Recipientes úteis e muitas vezes bonitos podem ser feitos de cabaças. Elas variam muito em tamanho: daquelas que você mal consegue abarcá-las até aquelas bem pequenas que você pode segurar na palma de sua mão.
![](https://i2.wp.com/www.rachellaudan.com/wp-content/uploads/2017/11/Gourd-open-.jpg?resize=700%2C525)
Acima está uma cabaça aberta ao meio que eu comprei em um mercado no sul da Cidade do México. Cortada desta maneira, ela é um par de grandes colheres. Cortada na parte inferior, faz uma tigela. Cortada na parte superior, e conectada com madeira ou palha, faz um jarro. E, cortada de cima a baixo, transforma-se em uma caixa de aninhamento.
São muitos os exemplos das possibilidades de utilização das cabaças.
Da África para as Américas, de Roma para o Japão, e para os confins do norte e sul do Pacífico, as pessoas usaram-nas para muitos fins além da culinária: desde caixas de rapé a cachimbos, a gaiolas de grilos e instrumentos musicais.
Um dos seus usos mais intrigantes foi como uma bainha de pênis. Em Papua, Nova Guiné, na década de 1970, montou-se uma campanha para persuadir os homens a abandonar as cabaças em favor das calças de pano.
No entanto, do ponto de vista da história da comida, as cabaças não são tão limitadas. Leves, disponíveis, são porosas o suficiente para resfriar líquidos por evaporação; estéreis o suficiente para fazer queijo e manteiga; resistentes o suficiente para aquecer e cozinhar; e fortes o suficiente para armazenar carne e grãos. Além disso, o cuidado com que elas são cortadas, pintadas, adornadas e polidas sugere que, não apenas hoje, mas na história da humanidade, comer é muito mais do que simplesmente uma questão de nutrição, mas fundamental para a vida social, cultural e religiosa.
Extraído de: Before the Pot, Before the Basket . . . the Gourd, por Rachel Laudan
Nenhum comentário:
Postar um comentário