Os poemas, em número de dezesseis, foram escritos em um só dia, imitando o estilo da poesia modernista (que os dois fraudadores tanto desprezavam).
Uma mulher sob o disfarce de "Ethel, a irmã sobrevivente do autor", encarregou-se de apresentar os poemas a Max Harris que editava uma revista modernista, a "Melbourne". Extasiado com a poesia apresentada, Harris caiu no embuste e dedicou a próxima edição da revista aos dezesseis poemas de "Ern".
Crédito: aCOMMENT |
Revelada a fraude logo após, resultou em uma causa célebre e a humilhação de Harris, que foi levado a julgamento, condenado e multado por publicar os poemas, alegando que eles continham conteúdo obsceno.
Nas décadas que se seguiram, a farsa provou ser um revés significativo para a poesia modernista na Austrália. Desde os anos 1970, no entanto, a obra poética de Ern Malley, embora conhecida por ser uma farsa, tornou-se célebre como um exemplo bem sucedido de poesia surrealista por direito próprio, sendo elogiada por poetas e críticos e tendo servido de inspiração a vários artistas australianos (como Sidney Nolan).
Quanto a Harris, recuperou-se de sua humilhação pelo hoax. E, de 1951 a 1955, publicou outra revista literária, que ele chamou de "Jornal de Ern Malley". Em 1961, como um gesto de desafio, ele republicou os poemas de Ern Malley, sustentando que o que quer que McAuley e Stewart tivessem a intenção de fazer, eles tinham, de fato, produzido alguns poemas memoráveis. E Max Harris ainda se tornou um bem sucedido livreiro e colunista de jornal.
https://en.wikipedia.org/wiki/Ern_Malley
2 comentários:
Acabei de ler Minha vida é uma farsa, de Peter Carey.Fui procurar saber mais e me deparo com esta história fantástica. O livro foi baseado nesta história. Gostei ainda mais! Comprei o livro e li, me entreguei à história e foi uma experiência bem diferente! Valeu!
Crítica:
Escritor vinga a arte moderna, por Marcos Strecker.
In: Folha de SP (ano: 2005)
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2708200508.htm
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