21 julho, 2015

Química poética

Em 1970, os editores do Journal of Organic Chemistry receberam um artigo para publicação apresentado em versos brancos.
Esse artigo, “Comparative Mobility of Halogens in Reactions of Dihalobenzenes With Potassium Amide in Ammonia”, de autoria de J.F. Bunnett and Francis Kearsley, químicos da Brown University, prolongava-se-se por três páginas.
A revista publicou-o com esta nota:
"Apesar de estarmos abertos a novos estilos e formatos para a publicação científica, devemos admitir a nossa surpresa ao recebermos este trabalho. No entanto, consideramos o trabalho uma novidade em sua composição química, e legível, em seus versos. Devido às maiores exigências de espaço e à possível dificuldade de alguns de nossos leitores não familiarizados com a poesia, originais neste formato enfrentam um futuro incerto na redação de nossa revista"
N. do E.
Não é fato recente a poesia servir de instrumento para a compreensão da química. No ano 60 a.C., o poeta romano Tito Lucrécio escreveu um longo poema intitulado "De rerum natura" (Sobre a natureza das coisas). Foi por intermédio dessa obra que o mundo tomou conhecimento da teoria atomísta de Demócrito de Abdera.

5 comentários:

Fernando Gurgel disse...

No Brasil já tivemos petições e despachos judiciários em versos:

https://palavrastodaspalavras.wordpress.com/2008/08/22/habeas-pinho-poemas-de-ronaldo-cunha-lima-e-roberto-pessoa-de-souza/

Fernando Gurgel disse...

E tem mais esta sentença em versos:

http://www.conjur.com.br/2003-mar-27/juiz_decide_versos_morte_porcos_sc

Paulo Gurgel disse...

Fernando,
Pesquisando na internet(e)
Encontrei esta receita
Pra fazer uma omelete.
Ei-la:
Pegue dois ovos e bata sem parar
A batedeira você pode ou não usar
Untada e com óleo a frigideira deve estar
Agora um pouco de sal deve salpicar
Coloque os temperos que você quiser
Para ela ficar firme vai ter que esperar
Mas, depois de pronta, pode pegar sua colher
E uma deliciosa omelete saborear.

Fernando Gurgel disse...

No ramo de receitinhas culinárias, temos a famosa receita poética do Vinícius de Moraes:

Feijoada À Minha Moda - Vinicius de Moraes

"Amiga Helena Sangirardi
Conforme um dia eu prometi
Onde, confesso que esqueci
E embora - perdoe - tão tarde

(Melhor do que nunca!) este poeta
Segundo manda a boa ética
Envia-lhe a receita (poética)
De sua feijoada completa.

Em atenção ao adiantado
Da hora em que abrimos o olho
O feijão deve, já catado
Nos esperar, feliz, de molho."

Que pode ser ouvida aqui: https://www.youtube.com/watch?v=1GiuX7_FDhY

Paulo Gurgel disse...

Cessa tudo que a fritada de ovos representa, pois um prato mais caprichado se apresenta.