05 dezembro, 2013

Aviões de guerra e lentes intraoculares

Muitas descobertas e invenções científicas já ocorreram por obra do acaso ou por terem sido ajudadas por erro ou acidente.
O caso mais conhecido é o da descoberta da penicilina por Alexander Fleming, em 1928, quando um fungo (Penicillium notatum) contaminou acidentalmente placas de cultura de bactérias. Outro caso, em que o acidente aliou-se novamente ao estudo e ao conhecimento, foi o da invenção das lentes intraoculares.
A pessoa certa : o oftalmologista britânico Harold Lloyd Nicholas Ridley.
O timing: a Segunda Guerra Mundial.
O resultado: a concepção e o desenvolvimento das lentes intraoculares para a substituição do cristalino nas modernas operações de catarata.
Hoje, cerca de 6 milhões de pessoas em todo o mundo recebem anualmente os implantes dessas lentes intraoculares.
Ler este fascinante artigo de Guillermo - La curiosa relación entre el avión de guerra “Spitfire” y las lentes intraoculares - no NAUKAS, um site de ciência, ceticismo e humor. (PGCS)
Um resumo do passado, presente e futuro no tratamento da catarata
As cataratas já eram operadas na India 800 anos antes de Cristo. Com uma agulha, deslocava-se o cristalino opaco da frente da pupila, deixando-a transparente. O cristalino permanecia no interior do olho e produzia complicações.
A retirada da catarata do olho só foi possível no século XVI (França). Como o cristalino é parte essencial da visão, sua retirada implicava o uso de óculos potentes.
Na moderna cirurgia de catarata, iniciada nos anos cinquenta, o cristalino é substituído por uma lente artificial, o que dispensa o uso dos óculos.
O que o futuro imediato nos reserva é a clarificação do cristalino opaco com fentolaser, sem precisar de operação ou, em outra linha de pesquisa, a substituição do material cristaliniano opaco por um gel transparente. Em um futuro mais distante, a medicina terá vencido todas as doenças, inclusive esta, e o médico será profissional extinto.
Aí está, meu caro Paulo, um resumo do passado ,presente e futuro no tratamento da catarata.
Nelson Cunha, oftalmologista em João Monlevade - MG

3 comentários:

Unknown disse...

As cataratas já eram operadas na India 800 anos de Cristo. Com uma agulha, deslocava-se o cristalino opaco da frente da pupila deixando-a transparente. O cristalino permanecia no interior do olho e produzia complicações.
A retirada da catarata do olho só foi possível no século XVI (França). Como o cristalino é parte essencial da visão, sua retirada implicava no uso de óculos potentes.
Na moderna cirurgia de catarata, iniciada nos anos cinquenta, o cristalino é substituído por uma lente artificial o que dispensa uso dos óculos. O que o futuro imediato nos reserva é a clarificação do cristalino opaco com Fentolaser sem precisar de operação ou, em outra linha de pesquisa, substituição do material cristaliniano opaco por um gel transparente. Em um futuro mais distante, a medicina terá vencido todas as doenças, inclusive esta, e o médico será profissional extinto.
Aí está, meu caro Paulo, um resumo do passado ,presente e futuro do tratamento da catarata.

Paulo Gurgel disse...

Olá, Nelson.
Não sabia que, há tanto tempo na Índia, essas intervenções sobre o cristalino opaco já aconteciam. Que tipo de visão poderia resultar de um caso considerado "bem sucedido"?
Óculos potentes eram aqueles aos quais chamávamos de "fundos de garrafa".
Quanto ao laser em oftalmologia, devo a minha visão em OD a esta tecnologia. Quando o laser me foi aplicado após uma cirurgia de catarata cujo resultado estava sendo uma segunda perda de visão.

Nelson Cunha disse...

O que se fazia naquela época na India e tambem na Grécia era luxar o cristalino para a cavidade vítrea.A melhora era instantânea, mas com o passar dos meses, o cristalino começava a provocar reações inflamatórias graves ( uveíte) seguida de glaucoma intratável. Sem se falar na grande hipermetropia derivada da falta que o cristalino faz para refração do olho. Por volta do ano 1700 já se removia o cristalino do olho. A falta de anestesia, assepsia e instrumental cirúrgico adequado devia produzir altas taxas de complicações. Paralelamente as lentes foram inventadas e o paciente podia repor as 12 dioptrias positivas perdidas pela retirada do cristalino.
Hoje em dia a lente é colocada no interior do olho através de uma seringa .Ela vai enrolada sobre si mesma. Tudo isso para se perfurar o olho com abertura mínima.
As complicações são raríssimas e o resultado visual é espetacular. No seu caso houve uma opacificação da cápsula posterior do cristalino que é preservada como medida preventiva de desprendimentos de retina.O YAG laser foi capaz de remover a opacidade secundária. O fentolaser é outro tipo de laser e está sendo capaz de verdadeiros prodígios nas cirurgias oftalmologicas.

CORRIJA, por favor, no texto principal :

800 anos antes de Cristo
Fentolaser com f minúsculo