26 outubro, 2023

A noite do Corta-jaca

Nair de Teffé e Hermes da Fonseca dançando o Corta-jaca no Palácio do Catete

"Não há velho carrancudo
Nem sisudo
Que não caia em trololó, trololó..."
(Chiquinha Gonzaga - Machado Careca)
http://blogdopg.blogspot.com/2020/09/corta-jaca.html
http://brasilianafotografica.bn.gov.br/?p=22813

"Por mim, o Dia Nacional da Cultura seria o 26 de outubro, data em que Nair de Teffé tocou o Corta-jaca. Como, entretanto, a ditadura militar estabeleceu que o homenageado é Ruy Barbosa (...), não resisto: cantem e dancem samba, frevo, maracatu, coco, toada de boi, chula, cateretê, funk, fandango, forró. Façam embolada, rap, slam, sonata, soneto, cordel. Joguem bola, comam feijoada, maniçoba, caruru. Batam tambor. Hoje! A Cultura é a possibilidade de invenção do Brasil plural. Ruy Barbosa merece saber, em pleno aniversário (5 de novembro), que essa ele perdeu."
(Luiz Antonio Simas)
http://twitter.com/simas_luiz/status/1588815914149253120

Concordo(amos). Ruy Barbosa merece saber que essa ele perdeu.

2 comentários:

Paulo Gurgel disse...

"Uma das folhas de ontem estampou o programa da recepção presidencial em que, diante do corpo diplomático, da mais fina sociedade do Rio de Janeiro, aqueles que deviam dar do país o exemplo das maneiras mais distintas e dos costumes mais reservados elevaram o Corta-jaca à altura de uma instituição social. Mas o Corta-jaca de que eu ouvira falar há muito tempo, que vem a ser ele, Sr. Presidente? A mais baixo, a mais chula, a mais grosseira de todos os danças selvagens, a irmã gêmea do batuque, do cateretê e do samba. Mas nos recepções presidenciais o "Corta-jaca" é executado com todas as honras da música de Wagner, e não se quer que a consciência deste país se revolte, que as nossas faces se enrubesçam e que a mocidade se ria!"
- Discurso do senador Rui Barbosa, Diário do Congresso Nacional,
8/11/1914, p. 2789

Paulo Gurgel disse...

(*) Mas nas recepções presidenciais