19 fevereiro, 2015

Para que serve o secretário de um poeta?

"Entre as excentricidades de Paula Nei, havia o fato de, mesmo desprovido de recursos, possuir um secretário. essa figura tinha por nome Rocha Alazão. Entre as cláusulas do regulamento a ser obedecido por esse serviçal, estava o dever de resolver questões de gineceu, evitando chiliques e faniquitos, acompanhar enterros, comparecer a missas de sétimo dia, assinando pelo patrão o livro de presenças, e também votar pelo chefe nas eleições."
(extraído de "Paula Nei e a rua literária", de Batista de Lima, no Caderno 3 do "Diário do Nordeste", edição de 30/09/14)

Paula Nei (1858–1897)
Nascido em Aracati-CE, não escreveu nem dez poemas, não deixou livro publicado, mas sabia da importância de juntar-se aos bons. Em sua boemia literária no Rio de Janeiro, Paula Nei (foto) costumava dividir a mesa com Aluízio Azevedo, Coelho Neto, Olavo Bilac e outros. O poeta fez duas "sacadas" geniais: a expressão "Fortaleza, a loura desposada do Sol", que figura no soneto que escreveu para a cidade, e a frase "pelo Brasil, eu morro; pelo Ceará, eu mato", que citava como prova de seu amor à terra natal. Virou nome de rua na Aldeota, em Fortaleza. Mereceu.

O Secretário de Ariano
Quando Secretário da Cultura do Estado de Pernambuco, Ariano Suassuna pedia para ser chamado somente de Ariano. Pois "Secretário", para ele, era o nome de um jumento em sua fazenda na Paraíba.

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