A crença comum diz que as pessoas que se perdem em um terreno desconhecido acabam muitas vezes andando em círculos. É uma crença que está bastante arraigada na cultura popular.
Em um trabalho que publicaram no Current Biology (resumo), Jan L. Souman e colaboradores testaram a capacidade de seres humanos para caminhar em linha reta através de terrenos desconhecidos. Em dois ambientes diferentes - numa grande área florestal e no deserto do Saara - voluntários, com os olhos vendados, andaram por várias horas. Suas trajetórias, capturadas através do sistema de posicionamento global, mostraram que os participantes da experiência andavam em círculos quando não conseguiam ver o sol. Sob estas condições, eles caminharam em pequenos círculos, sendo estes muitas vezes extremamente pequenos (com diâmetros inferiores a 20 metros).
De maneira inversa, quando o sol podia ser percebido, esses participantes, por vezes, desviaram-se do caminho reto mas não andaram em círculos. A percepção de uma referência direcional externa lhes permitia recalibrarem o sistema sensório-motor para que pudessem caminhar em linha reta.
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