19 novembro, 2013

A Meia-vida dos Fatos

Mark Frauenfelder
O fatos mudam o tempo todo. Fumar deixou de ser recomendado pelo médico para ser visto como algo mortal. Nós costumávamos pensar que a Terra era o centro do universo e que Plutão era um planeta. Durante décadas, estávamos convencidos de que o brontossauro era um dinossauro real. Em suma, o que nós sabemos sobre o mundo está sempre em constante mudança.
Mas acontece que há uma ordem para o estado do conhecimento, uma explicação de como sabemos o que sabemos. Samuel Arbesman é um especialista na área da "cientometria", literalmente a ciência da ciência. O conhecimento, na maioria dos campos, evolui de forma sistemática e previsível, e essa evolução se desenrola de uma forma fascinante que pode ter um forte impacto sobre nossas vidas.
Médicos com a ideia de que seu conhecimento pode expirar se mantêm em dia com as últimas pesquisas. Empresas e governos atentos às novas descobertas que se desenvolvem podem melhorar as decisões sobre a alocação de recursos. E, ligados nas alterações que surgem na linguagem, cada um de nós pode melhor preencher as lacunas geracionais na gíria e no dialeto.
Assim como sabemos que um pedaço de urânio decompõe-se em uma quantidade mensurável de tempo - sua meia-vida radioativa - de um modo semelhante a mudança num determinado campo do conhecimento pode ser medida concretamente. Podemos entender quando os fatos tornam-se obsoletos, as taxas com que os fatos novos são criados e até mesmo como os fatos se divulgam.
Arbesman transporta-nos através de uma grande variedade de campos, daqueles que mudam rapidamente, ao longo de alguns anos, aos que mudam numa extensão de séculos. Ele mostra que muito do que sabemos consiste em "mesofatos" - fatos em que a mudança acontece em uma escala de tempo médio, muitas vezes ao longo de uma única vida humana. [...] The Half-life of Facts (A Meia-vida dos Fatos) é uma viagem fascinante à fábrica do conhecimento. Ele pode nos ajudar a encontrar novas maneiras de medir o mundo e de aceitar os limites do quanto podemos saber com certeza.

Um excerto de The Half-life of Facts: Why Everything We Know Has an Expiration Date, por Sam Arbesman, Boing Boing

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