09 novembro, 2013

50 bons de pinga

por Fernando Gurgel Filho
Parece que assédio sexual e desvios de comportamento em relacionamentos somente são encarados assim quando não são correspondidos por uma das partes. É o que fica mais evidente em um romance tão em voga entre o mulherio.
Desde que Iracema, a virgem dos lábios de mel, deu para o primeiro estrangeiro que viu em sua frente, inaugurando o turismo sexual no Nordeste brasileiro, não se via nada tão descarado como a jovem americana que dá pra o primeiro ricaço que aparece em sua frente, apenas porque não consegue ver nos outros de sua "tribo" nada tão atrativo quanto dinheiro e poder.
Basta imaginar o que aconteceria se algum macho de sua "tribo" tentasse submeter a jovem a seus caprichos ou a obrigasse a assinar um documento contendo os desejos e fantasias sexuais de macho pervertido, cujas práticas não podem ser contestadas, para satisfação "mútua". A jovem com certeza o denunciaria à justiça e armaria um belo barraco para mostrar a sua aversão.
Ora, se as mulheres se dispuserem a serem tão submissas e satisfazerem todos os desejos e fantasias masculinas, como o romance em voga sugere, elas terão qualquer homem a seus pés, mesmo não sendo tão jovem e bonita como a do romance. Basta fazer sexo com prazer e se entregar como se aquele fosse o primeiro e último parceiro de sua vida. Apenas sexo sadio e pronto. Acabariam-se as carências de ambos os lados e todos sairiam felizes e satisfeitos consigo mesmos e com a vida.
Elas querem? Duvido! Salvo raríssimas exceções e, ainda assim, depende muito da conta bancária do pretendente.
Ou seja, um cara que tenha as mesmas taras, com mais de 50 anos bons de pinga, um Charles Bukowski (►) da vida, apenas porque não tem como exibir poder e dinheiro, para as mulheres é tão sexy quanto um cachorro atropelado na rodovia.
Mas, depois de 50 bons goles de pinga, até no banco de um fusca enferrujado dá para enxergar mais de 50 tons de cores alegres e deslumbrantes. Porque ver tudo em cinzento, então?
Depois o mulherio ainda reclama que falta homem no mercado. Sei não. Parece que falta mesmo é dinheiro para satisfazê-las.
Imagem: Charles Bukowski interiorizando a "marvada".

2 comentários:

Nelson Cunha disse...

Algumas tão arredias chegam a dizer: Faz, mas não pinga ni mim.

Paulo Gurgel disse...

Sérgio Reis pergunta:
♪Nessa casa tem goteira?♪