"'Assunto: Vinicius de Moraes. Demita-se esse vagabundo.
Ass. Arthur da Costa e Silva.
Com este grosseiro memorando ao chanceler Magalhães Pinto, o marechal-presidente decretou a saída do poeta do corpo diplomático em fins de 1968. Vinicius recebeu a notícia em alto-mar, a bordo da banheira de sua cabine no navio Eugênio C. Chorou convulsivamente, porque adorava o Itamarati, embora detestasse a burocracia do serviço público e nunca tivesse ligado para a carrière. Algum tempo antes, pedira para ser agregado, o que significava uma licença de dois anos, sem vencimentos e sem contar para a promoção, apenas para a aposentadoria. Na primeira oportunidade, ao promover uma caça aos 'alcóólatras, pederastas e subversivos' do Itamaraty, enquadraram-no vagamente nesta última categoria e mandaram-lhe o bilhete azul". CASTRO, Ruy. Chega de saudade - a história e as histórias da Bossa Nova.
São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p.408-409.
Carlos Castello Branco, em edições diferentes de sua coluna jornalística, no ano de 1990, publicou duas cartas - a primeira, de um missivista anônimo, amigo do poeta; a segunda, de Laetitia C. de Moraes Vasconcellos, irmã de Vinicius - que estão integralmente transcritas no site VINICIUS DE MORAES, seção Outros olhares, sob os títulos "Como Vinicius de Moraes deixou o Itamarati" e "Ainda sobre a cassação de Vinicius de Moraes".
À consideração dos leitores. PGCS
Nenhum comentário:
Postar um comentário