11 março, 2011

A órbita de Clarke

O escritor de ficção científica Arthur C. Clarke (1917-2008), em outubro de 1945, quando tinha 28 anos, desenvolveu uma das maiores ideias das ciências espaciais: o satélite geoestacionário. Num artigo intitulado "Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage", que foi publicado na revista "Wireless World", Clarke especulou sobre a possibilidade de uma rede de satélites poder fornecer cobertura radiofônica em escala mundial.
Para ser geoestacionário, segundo o escritor britânico, um satélite devia estar situado numa órbita de 36.000 km sobre o equador. Essa órbita especial, hoje chamada de órbita de Clarke encontra-se hoje povoada de satélites, não só de comunicações como também de meteorologia.



A explicação sobre os 36.000 km
Um satélite a essa altitude, colocado sobre o equador, demora exatamente 24 horas para dar a volta à Terra. Como a Terra faz sua volta completa no mesmo tempo, o satélite é visto do equador da Terra como se estivesse permanentemente parado. Em 1945, não existia ainda a tecnologia de satélites, e estes só surgiriam a partir do primeiro Sputnik, lançado em 1957. O Sputnik 1 girava a uma órbita abaixo de 1.000 km e o primeiro satélite geoestacionário, o Syncom 2, só foi lançado em 1963.
O artigo de Arthur C. Clarke não era, portanto, uma peça de ficção: era científico.

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