Se todo médico fosse como Dr. Asdrúbal a Morte teria bem menos o que fazer. Talvez até perdesse a razão de existir, envenenando-se a seguir com a própria saliva. Porque o bom doutor, com a dedicação de um legítimo filho de Hipócrates, de um modo tão eficaz assiste os seus pacientes que eles logo estão sarados. Para o desespero da Morte que, em cada enfrentamento perdido, vê desmilingüir o seu poder mortífero. Não sendo impensado dizer que, a persistir esse quadro adverso, dia haverá em que ela vai estar relegada aos casos declarados de iatrogenia.
Já virou cena comum Dr. Asdrúbal e a Morte se encontrarem, à beira de um leito, para travarem a titânica luta. Cujo término se dá, na maioria das vezes, com o facultativo "arran-cando a vitória das garras da derrota". E, por conseguinte, com a Morte batendo em retirada sem conseguir realizar o seu terrível capricho. Nada mais nada menos o de fazer as pessoas, no fim da vida, comerem capim pela raiz. Com suas liquidações a varejo, naturalmente - enquanto não chega o prometido Apocalipse.
Por sua atuação humanitária, o reto doutor é visto pela Morte como inimigo. Assim é que, numa vez, achando-se ela descontrolada, bateu com as luvas (não esterilizadas) no rosto do médico. Desafiando-o para um duelo, já que este agressivo gesto outra coisa significar não costuma. Bem, como Asdrúbal covarde não é, o desafio foi aceito. E dia, hora e local foram combinados, assim como quais as armas que seriam por ambos utilizadas. Com a Morte escolhendo a foice e o Dr. Asdrúbal, o bisturi. Embora pudesse de última hora mudar para a serra cirúrgica.
Termine a leitura do conto no Preblog.
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