Dária Krilova, GAZETA RUSSA
Muitas das aldeias espalhadas pelo vasto território da Rússia não têm, até hoje, antenas parabólicas ou rádio. Então, como prever as condições climáticas a fim de se precaver e cultivar os campos em um frio intenso ou calor abrasador? É simples: por meio dos sinais presentes na antiga mitologia eslava e no folclore!Transmitidos pelo boca-a-boca ao longo dos séculos, ainda hoje eles são os “barômetros” e "termômetros" não só daqueles que vivem nas aldeias, mas também dos habitantes das cidades. Abaixo estão alguns sinais que ajudam os russos a enfrentar as intempéries.
Indícios de inverno
O gato que dorme enroladinho, cobrindo o focinho com a pata; a gralha que esconde o bico sob a asa; os pardais que se ocultam em meio à ramagem seca e os dom-fafes (Pyrrhula pyrrula) fazendo alarido: todos eles são indícios que anunciam a iminente chegada do frio.
A explicação é simples: o gato, a gralha e os pardais procuram um lugar quentinho para se proteger do frio, enquanto o dom-fafe é um passarinho bem adaptado ao inverno e está chamando o frio, alegrando-se com a aproximação da "sua" época do ano.
Entre os sinais observados durante o inverno também há aqueles que anunciam a chegada do período de degelo ou a aproximação da primavera. Por exemplo, o céu azul sobre a floresta ou crepúsculos vespertinos que se extinguem rapidamente.
Indícios de primavera
O longo inverno russo obrigava e ainda obriga a procurar indícios de degelo – afinal, quando é que virá o sopro da verdadeira primavera?
Desde tempos imemoriais acredita-se que, se a neve está derretendo do lado norte, se as cotovias aparecem e se o gato começa a dormir no chão, então o calor virá em breve e será duradouro.
Porém, se são os tentilhões que estão voando por aí, se a neve está derretendo do lado sul e muita água está correndo, então, infelizmente, vai esfriar novamente.
Indícios de verão
O verão na Rússia é curto e, em muitos lugares, árido. Se a chuva não vem, também não há colheita. Por isso, no verão, as pessoas ficavam observando se as flores estavam se fechando, se os sapos coaxavam no lago, se os lagostins rastejavam para as margens e se o trovão ribombava ininterruptamente. Tudo isso prenunciava chuva.
As geadas repentinas eram outra ameaça que assombrava os antigos eslavos durante o verão. Por isso, eles observavam os pássaros, as abelhas e o sol. Se os passarinhos estivessem fazendo grande alarido e voando baixo, se enxames de abelhas passassem voando rapidamente e se anéis fossem visíveis em torno do sol, então podia-se esperar pelo frio.
Indícios de outono
No foco do outono estão a sorveira (pequena árvore da família das rosáceas), cogumelos, nozes, patos, coelhos e esquilos. Se a sorveira floresce tardiamente, então o outono será longo. A fartura de frutos prenuncia um inverno frio e se suas folhas murcham e não caem, permanecendo quase até a chegada do inverno nos ramos, então virá um frio intenso.
Se há muitas nozes, mas não cogumelos, pode-se esperar muita neve e frio intenso.
Um bom sinal é ver patos nadando no rio mesmo sob a chuva fria. Isso significa que o frio intenso ainda vai demorar a chegar. Se o pelo das lebres fica branco ou se o esquilo constrói seu ninho no alto, então é preciso se preparar para um inverno bem rigoroso.
"Essencialmente, os sertões dos Inhamuns e alhures..." - Jaime Nogueira
Comentou esta nota: Fernando Gurgel
«à la»
É uma locução adverbial de origem francesa e poderá empregar-se no português, escrita em itálico, para nos referirmos «à maneira de, no estilo de ...» (Dicionário Eletrônico Houaiss). Exemplo: «à la grega».
2 comentários:
De ouvir dizer:
Diziam que, no Ceará, próximo às festas de São José, costumava-se colocar um pouco de sal ou raspas de rapadura em um pires, na janela à noite. Quando o sal ou a rapadura amanhecia umedecido/a era sinal de chuva. Com certeza.
Posteriormente, os cientistas descobriram que tinha algum fundo de verdade porque a umidade que os ventos traziam aumentava naquela época o que realmente era sinal de chuva.
Um outro indício era quando as formigas começavam a carregar folhas e gravetos febrilmente, formando filas enormes em direção aos formigueiros.
O sal, a rapadura e os animais.
Alguns animais têm os sentidos apurados para captar determinadas informações do ambiente.
Quando o sapo salta, chuva não falta, diz o provérbio.
Pois bem. Quem anda pelo sertão e encontra sapos, rãs e pererecas passeando, já sabe: vem chuva por aí!
São os meteorologistas da natureza.
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