Esta é uma estranha forma de administrar as coisas. Imagine ler um romance com um marcador. Tudo à esquerda do marcador está no passado, já conhecido. Tudo à direita está no futuro, e ainda não é conhecido. Em sua localização atual, no marcador, está o presente de outra pessoa narrada no pretérito. E isso implica que há um futuro no presente, em relação ao qual os acontecimentos "atuais" estão no passado.
"Se o passado é para ser lido como presente, é um curioso presente que sabemos ser passado em relação a um futuro, o qual sabemos que está em vigor, já esperando por nós para alcançá-lo", escreve Peter Brooks, em "Reading for the Plot" (1984).
Mark Currie, "About Time", de 2007
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