Era filho do também célebre escritor Érico Veríssimo, que escreveu a saga da terra gaúcha, "O Tempo e o Vento".
Uma vida dedicada às letras e ao humor
Nascido em 26 de setembro de 1936, em Porto Alegre, Luís Fernando teve uma vida ligada à literatura desde a infância. Passou parte de sua adolescência nos Estados Unidos, onde seu pai lecionou, e retornou ao Brasil para trabalhar como jornalista e, mais tarde, se dedicar à literatura.
Era conhecido por sua personalidade reservada e por sua mente brilhante, que produzia algumas das críticas sociais mais perspicazes e engraçadas da imprensa nacional.
A múltipla obra: muito além das crônicas
A genialidade de Veríssimo se expressou em diversas frentes:
- Crônicas e Humor. Sua coluna de jornal no "Zero Hora" era uma das mais lidas e aguardadas do Brasil. Coleções como "O Analista de Bagé" e "Comédias da Vida Pública" são antológicas. E seus personagens, como a Velhinha de Taubaté, Ed Mort e o Analista de Bagé, se tornaram ícones da cultura brasileira.
- Romances e Contos. Sua ficção nestes gêneros é igualmente poderosa. Romances como "O Clube dos Anjos" (sobre um grupo de gourmets que se reúne para jantares finos) e "Borges e os Orangotangos Eternos" (uma mistura de romance policial e ensaio literário) demonstram sua erudição e capacidade narrativa.
- Cartuns e Humor Gráfico. Também era um talentoso cartunista. Suas tiras, muitas vezes mudas, com traços simples e situações absurdas, expunham perfeitamente suas ideias. A série "As Cobras" é um exemplo disso.
- Música e Outras Influências. Um amante declarado de jazz, tema que frequentemente permeava suas crônicas. Foi um músico (saxofonista) que dialogava com a banda "Jazz 6" em que tocava.
Repertório
0:56 - FOUR (Miles Davis)
6:27 - SAMBA DE VERÃO (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)
12:15 - FANTASY FOR DRUMS (Ray Lewis)
17:46 - DON'T GET AROUND MUCH ANYMORE (Duke Ellington)
24:53 - TAKE A TRAIN (Duke Ellington)
30:55 - A RÃ (João Donato e Caetano Veloso)
36:19 - HERE'S THAT A RAINY DAY (Jimmy Van Heusen e Johnny Burke)
41:52 - BLUE MONK (Thelonious Monk)
48:00 - BLUES FOR IG (Carry Campbell)
O humor de Luís Fernando Veríssimo nunca foi apenas para fazer rir. Era um instrumento de crítica social e política. Ele usava o absurdo, a ironia e o nonsense para dissecar as hipocrisias, os costumes e os dilemas da vida moderna no Brasil. Sua capacidade de observar o óbvio e extrair dele uma conclusão hilária e profundamente verdadeira era seu dom maior.
Sua morte é uma perda irreparável. Ele era um farol de inteligência, lucidez e humor em tempos muitas vezes sombrios. Luís Fernando Veríssimo deixa uma obra vasta que continuará a fazer rir, pensar e encantar as gerações atuais e futuras.
Sua morte é uma perda irreparável. Ele era um farol de inteligência, lucidez e humor em tempos muitas vezes sombrios. Luís Fernando Veríssimo deixa uma obra vasta que continuará a fazer rir, pensar e encantar as gerações atuais e futuras.
Relembre algumas de suas frases marcantes
- Escrever não me dá prazer, gosto mesmo é de soprar saxofone.
- Não gosto que me imponham coisas, e a velhice é uma imposição, uma prepotência do tempo. Sou contra.
- Se o mundo está correndo para o abismo, chegue para o lado e deixe-o passar.
- Vou morrer sem realizar o meu grande sonho: não morrer nunca.
- Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.
- Depois de uma certa idade, é temerário fazer aniversário. Que agonia! Todo "parabéns" soa, mesmo dito numa boa, como ironia.
- Conhece-te a ti mesmo, mas não fique íntimo.
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