"Eu vi a mulher preparando outra pessoa..."
Caetano Veloso
Eis, na Natureza, o exemplo de quem pegou o espírito da coisa, porém com um certo exagero. O cavalo-marinho. Pois na espécie quem fica grávido é o macho, numa bolsa abdominal para isso existente. E, quando chega o instante propício de nascer a filharada, até um arremedo de trabalho de parto o pejado animálculo apresenta! No cavalo-marinho é assim, macho e fêmea têm os papéis trocados, Enquanto isso, em seus arroubos transformistas, a ciência está a prever que, num futuro não muito distante, a gravidez será biologicamente possível ao homem. Bem, gosto não se discute, mas que será uma gravidez de alto risco, lá isso será.
Portanto, fim da minha divagação sobre a troca de papéis! Na época em que o livro foi lançado, é bem possível que eu tenha reagido a ele com um "não li, não gostei". Porque, na qualidade de solteirão empedernido, isso era assunto que só causava ziquizira. Sucedeu o dia, porém, em que me casei. Aí - fruto da nova situação - pouco tempo após, vi-me às voltas com os indícios de uma gravidez (na mulher). São Tomé, que nunca foi banana, soprou-me aos ouvidos: ver para crer. Um conselho, aliás, bastante oportuno, pois jamais se deve esquecer de que a pseudociese (ou a falsa gravidez, como é conhecida em meio não médico) também existe. Continua no Preblog.
Esta crônica foi publicada em O POVO - CULTURA (com a ilustração acima), em 11/11/89, e no Jornal da Associação Médica Brasileira (JAMB) de abril de 1990.
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