Dear Bart,
Confesso que me senti lisonjeado em saber de seu desejo de aprender português para ler o Blog do PG.
Porque sei que você poderia usar um desses tradutores automáticos à solta na internet. No entanto, não o faz. E assegura que vai beber do meu blog no olho d'água original.
Traduzir é trair, como diz uma máxima, por sinal traduzida.
Assim, seguindo os passos do Brazilianist Mangabeira Unger, você tomou a decisão de aprender português. E não a tomou de uma forma irrefletida. Haja vista que a escreveu, com a sua letra inconfundível, em sua lousa aí em Springfield - e bem repetidamente!
Pois, garoto Bart, se continua firme nesse tão digno propósito, a hora é esta! O português, aqui no Brasil, acaba de aderir a uma reforma ortográfica que o deixa mais simples. Escoimado, graças a ela, em muitos de seus hífens e acentos. E, no caso do trema, simplesmente foi passado o apagador.
Além disso, a inculta e bela não vai mais exigir que algumas letras estrangeiras apresentem seus passaportes. O K, o W e o Y, o que, imagino eu, deve ser do seu inteiro agrado.
Lembro-me agora do falecido professor Kyw, que me ensinou português no ciclo ginasial. Purista ao extremo, ele não aprovaria uma reforma ortográfica com tal abrangência. Que se dane, pois, o ranzinza do Kyw! Remexer-se na tumba é que ele não vai mesmo. A essas horas, e não tendo mais um músculo para alavancar o velho esqueleto...
Por isso, fiquemos tranqüilos, Bart. Aliás, tranquilos.
Yours,
Dr. Paulo
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