Levado pelo clínico Eduilton Girão, um dia fui conhecer o Arquivo Nirez. Estimo que possa ter sido há uns vinte anos; numa manhã de sábado, certamente. O jornalista Blanchard Girão e o Sr. Ferrer, de Oeiras - Piauí, foram as outras agradáveis companhias do grupo que se formou para visitar este museu no bairro Rodolfo Teófilo.
O próprio Nirez, como é conhecido Miguel Ângelo de Azevedo, foi quem nos ciceroneou na inesquecível incursão que fizemos àquele mundo de sons, imagens e objetos da comunicação.
Pensar que tudo começou por volta de 1958. Quando Nirez passou a colecionar os seus primeiros discos de cera, os quais constituem a base do acervo que reúne na casa de n° 560 da rua Prof. João Bosco (onde ele até hoje reside). E que, com o passar do tempo, foi o acervo expandido para outros campos como fotografias, rótulos, revistas e objetos diversos.
No Arquivo do Nirez tive a oportunidade de conhecer, entre outras coisas, um rolo fonográfico. Trata-se de uma peça cilíndrica que traz um registro musical, sendo do tempo em que não havia o disco de cera. Com o advento deste, o rolo saiu de cena. Entre os vários motivos, por ser menos prático do que o disco. O rolo fonográfico, por exemplo, não permitia a feitura de cópias. Assim, cada um deles era gravado isoladamente, com o cantor e a orquestra a se esfalfarem para obter a tiragem de... um só exemplar.
Pois bem, ganhando ou adquirindo (não recordo o detalhe) o tal rolo, Nirez precisou remetê-lo. do Rio de Janeiro para Fortaleza. E, para tanto, procurou os serviços de uma companhia aérea bastante conhecida.
No balcão da companhia, por ser de praxe, uma funcionária pediu a identificação do objeto. E fez as anotações.
Tempos depois, em Fortaleza, ao conferir a raridade que em boa hora conseguira para o acervo do museu, Nirez ficou surpreso. Com o nome que constava no aviso de remessa desse objeto: rolo pornográfico.
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