Em 1990, quando escrevi este texto enviei uma cópia do mesmo à produção do programa “Jô Soares Onze e Meia”. Era costume de Jô Soares, em seu "talk show" então no SBT, ler alguma colaboração humorística antes de iniciar as entrevistas do programa. Através de amigos, soube depois que, num de seus programas, o entrevistador-humorista havia lido “O brasileiro cordial”. Como não assisti à edição do programa em que isto aconteceu, dou testemunho apenas por ouvir dizer.
Dizer que o brasileiro é cordial é incorrer num mito. Para início de conversa, ele não tem consideração com o próprio corpo. E só porque um dia lhe cortaram o cordão umbilical, ele então acha que pode fazer tudo. Pôr o dedo na ferida, torcer o nariz, bater perna na rua, sacudir as cadeiras, emprenhar pelo ouvidos, dar a mão à palmatória, queimar os miolos, as pestanas etc. Inclusive fazer corpo mole.
Atire a primeira pedra quem ainda não levou uma facada do brasileiro! Ou, por causa dele, não haja se metido numa fogueira, segurado um rabo de foguete.... Sobre ter o calo pisado, idem. É, os outros que o digam. Pois o brasileiro, além de assassinar o Português, de gastar o Latim, vive arranhando o Inglês, o Francês...
(O demônio não é tão feio, mas quem o pintou, hein?)
O desprezo que ele tem pela ecologia! Do contrário, ele não amolaria o boi, não afogaria o ganso, não cutucaria a onça com a vara curta, não deixaria a vaca ir para o brejo... Ah, o "não matarás" não é para o brasileiro, que vive matando cachorro a grito. E a cobra (que ele mata para mostrar o pau) e os coelhos (que ele mata com uma só cajadada) sabem disso perfeitamente. Como os sapos que ele também engole. É pouco? Pois o brasileiro dito cordial ainda gosta de dar no couro e ficar por cima da carne seca.
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