10 fevereiro, 2007

Homem ao buraco

Você está num buraco. Trate de reconhecer o ambiente e não se queixe de imediato. Não berre pedindo uma escada, pois não está no sonho de Jacó. Nem peça uma corda. Houve um ditador iraquiano que a pediu. E que aprendeu, tardiamente, que bom era quando estava no buraco. Sem a corda.
Não pule para não irritar com a trepidação os seres subterrâneos. Há uma política de boa vizinhança em curso. O mundo não pode viver sem o húmus que as minhocas produzem.
A visão que tem do céu não é lá essas coisas. É meio restrita, não é?! Além disso, o tempo está nublado, porém é melhor do que ficar a ver buracos negros.
Não bata nas paredes, podem se desmoronar. Não estão escoradas.
E no fundo? Ah, se fosse um buraco para político você encontraria algum gadget. Uma mola, por exemplo, porque buraco onde político fica sempre tem uma mola. Para trazê-lo de volta à superfície.
Lá fora, parece que chegou alguém. Diacho, é um coveiro. Oxalá não seja do tipo que enterra primeiro e só pergunta depois.

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