Hoje utilizada para se referir a algo que se pretende tirar de alguma discussão, a expressão, como tantas outras do nosso idioma, vem de Portugal. A origem foi na Península Ibérica, no século XIII.
Quando qualquer fidalgo da época se sentia lesado por alguma injúria tinha o direito de pedir a condenação do agressor. Se fosse constatada de fato a agressão, o responsável teria de pagar 500 soldos (moedas de ouro na Roma antiga) para ser absolvido.
Se o condenado voltasse a cometer um delito semelhante, deveria pagar outros 500 soldos. “Compreende-se que outra qualquer vilta, vitupério sem razão, posterior à multa cobrada, não seria incluída na primeira. Matéria para novo julgamento. Outra culpa. Outro dever. Seriam, evidentemente, outros quinhentos”, escreveu Luis Câmara Cascudo em seu livro "Locuções Tradicionais no Brasil".
Vem daí a expressão: se cometer um delito, vão embora quinhentos soldos. Mas e se cometer uma nova injúria? Bom, aí são outros quinhentos…
No Dicionário de Humor Infantil, de Pedro Bloch:
"Eu acho mil reais. Aí eu devolvo ao dono quinhentos reais e fico com os outros quinhentos para pagar minha honestidade."
São outros quinhentos, não é?
Mas a origem da expressão segundo Câmara Cascudo é insuperável.
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