28 janeiro, 2015

Há vida durante um porre fenomenal?

por Fernando Gurgel Filho
Sugestão de pesquisa para o IgNobel: há vida durante um porre fenomenal?
Após tomar um porre, o ser humano perde a noção de tudo. Perde o rumo, perde a dignidade, perde a memória... Quando acorda, alguns não se lembram de quase nada, outros não se lembram de absolutamente nada...
Um amigo, em um de seus domingos gastronômicos, resolveu fazer uma paella. Armou-se de uma garrafa de um bom conhaque francês para refogar os camarões e uma boa vodca quase congelada para bebericar com água tônica.
Como os camarões não estavam muito sedentos de conhaque, deixou uma taça apropriada por perto e passou a acompanhar os trabalhos com a agradável bebida. E a vodca, agora pura, para "limpar as papilas gustativas do gosto meio adocicado do conhaque".
Resultado: amnésia alcoólica. Apenas no dia seguinte soube do resultado: foi "gentilmente" retirado da cozinha pelos familiares, deram-lhe um banho gelado e jogaram-no em cima da cama. Resultado que gera recriminações até hoje. Para sua satisfação, o netinho vive perguntando: "Vô, quando cê vai fazer outra paella daquela?". Ao que ele responde, sério: "Nunca mais, filho, vai ser difícil acertar na mão outra vez.". E não é só o netinho. Aquela paella, nem ele sabe como, dizem que ficou muito boa. "O sabor ficou entre o divino e o maravilhoso!", costuma dizer.
Mas ele se conforma porque um outro amigo foi menos "venturoso". Segundo o próprio amigo contou, este foi a um seminário e à noite, cansado, sentou-se no piano bar do hotel e passou a conversar com um dos hóspedes que dizia estar, também, participando de um outro seminário que havia terminado à tarde.
Ambos apreciadores de um bom uísque, beberam e conversaram até tarde da noite. O amigo esqueceu da vida e de tudo. A última coisa que se lembra foi de ter bebido um uísque 18 anos, que o outro dizia ser maravilhoso e que foi buscar no quarto.
No outro dia, não sabia nem a que horas chegou ao quarto. Nem como. Mas estava nu, a cama meio revirada e a porta fechada, mas sem ter sido trancada à chave. E o que é pior: nada foi roubado e o quarto estava impecável. Até hoje sente calafrios quando se lembra. Ganhou até umas boas horas de terapia. Que não resolveram sua angústia existencial: "Se, pelo menos, o FDP tivesse roubado alguma coisa eu não ficaria imaginando uma tragédia pior!", costuma dizer.
Ainda assim, o ser humano, pretensioso como é, crê fanaticamente em uma alma que volta a viver depois que todas as células de seu corpo entram em colapso, ou seja, depois de mortinho e enterrado. Com base nessa crença, ainda afirma categoricamente que pode se lembrar de vidas passadas.
Então, fica a pergunta fundamental: se existe uma alma que sobrevive após a morte, para onde ela vai durante um porre fenomenal? Ou não há vida durante um porre?

Slideshow DE PORRE
(POSIÇÕES INSPIRADAS NA IOGA)

3 comentários:

Fernando Gurgel disse...

O amigo que contou a história da paella não acredita: "Não acredito. Há casos de pessoas que foram declaradas mortas, mas não sei porque cargas d'agua voltam à vida e relatam situações estranhas como vozes, clarões de luz, imensos túneis gelados que terminam numa fonte deliciosa de calor etc..
Mas, não encontro relatos de experiência alguma "vivida" por quem sucumbiu a alguns decilitros de vodka ou mesmo bacias do bom conhaque francês ou baldes do puro malte..."

Paulo Gurgel disse...

O porre do padre
Na dúvida se era pingar vodca na água ou água na vodca...
http://blogdopg.blogspot.com.br/2011/03/o-porre-do-padre.html

Fernando Gurgel disse...

O porre do padre é imperdível. hehehehe