22 setembro, 2011

Dia Mundial Sem Carro - 2011

O Dia Mundial Sem Carro é um movimento que começou em algumas cidades da Europa nos últimos anos do século 20, e desde então vem se espalhando pelo mundo, ganhando a cada edição mais adesões nos cinco continentes. Trata-se de um manifesto/reflexão sobre os gigantescos problemas causados pelo uso intenso de automóveis como forma de deslocamento, sobretudo nos grandes centros urbanos, e um convite ao uso de meios de transporte sustentáveis - entre os quais se destaca a bicicleta.
Automóveis: problemas causados pelo uso massivo
Os malefícios causados pelo uso de automóveis são inúmeros e evidentes: poluição atmosférica e sonora, doenças respiratórias, sedentarismo, irritabilidade, perda de tempo em congestionamentos, acidentes, comprometimento de grande parte da renda das pessoas.
Além disso, as viagens de carro degradam a relação dos indivíduos com o espaço público, transformando a rua em um indesejável obstáculo a ser superado no deslocamento de um ponto a outro. Elas também significam um uso desproporcional das ruas, já que a imensa maioria dos carros leva apenas uma pessoa - o que é ainda mais grave em áreas densamente povoadas.
Desafio Intermodal - 6ª edição
20/09/11, às 18 horas
Da movimentada avenida Luís Carlos Berrini, zona sul de São Paulo, foi dada a largada: a motorista, o motociclista, os ciclistas, os usuários de transporte público e os pedestres saíram lado a lado, em direção à prefeitura, no centro, a cerca de 10 km dali.
Veja quem fez o percurso mais rápido:

Empresário Wagner de Carvalho chega com sua bicicleta em frente à prefeitura
Folha.com


Arrebanhando o rebanhão
por Fernando Gurgel Filho
Tenho um amigo que é do contra em todas essas campanhas que ele chama de "jogar o rebanhão todo no mesmo saco".
Assim, no Dia Nacional de Combate ao Fumo, ele, um não fumante convicto, pede cigarro para os amigos que fumam e sai jogando fumaça pelos ares, todo satisfeito.
No Dia Nacional da Cachaça só toma água mineral. Sem gás.
No Dia Nacional da Saúde, come apenas alimentos não recomendados pelos médicos. Os que dão mais prazer.
No Dia Mundial sem Carne nem precisa dizer o que acontece. A churrasqueira pega fogo desde a hora em que ele acorda até à meia noite.
E, claro, no Dia Mundial sem Carros, ele, que gosta de andar a pé, de ônibus e de metrô, tira o carro da garagem e sai por aí fazendo suas barbeiradas.
Assim foi hoje, dia 22/09/2011. E as ruas estavam entupidas de carros. E de barbeiros. Juro que, ao sair de casa, após esperar o trânsito diminuir, por volta de nove horas da manhã, quase fui jogado para fora da estrada umas duas vezes. Uma por carro, outra por um dos raros ônibus que circulam pela cidade.
Como somos os campeões de acidentes e morte no trânsito, aposto que hoje o recorde está garantido.
Por essas e outras eu também não gosto muito dessas campanhas, não. Principalmente porque não vejo resultado nenhum. Pior, os organizadores devem detestar os seres humanos objeto das campanhas, pois, nesses dias, a qualidade de vida da população piora bastante.
Pode até dar certo, principalmente quando se trata de vacinação em massa, arrecadação de dinheiro às toneladas e eventos sertanejos, de axé, micarê e outros, grátis ou não.
Mas a maioria é um fracasso total. De adesão no dia e de reflexos nos dias subsequentes. Se diferenciar de zero, juro que ninguém consegue medir a diferença.
Deve ter alguma uma forma de melhorar as coisas sem piorar a vida das pessoas.

N. do E.
Algumas campanhas, de fato, redundam em fracasso. Mas podem ser bem-sucedidas em versões subsequentes. Comportamentos resistem a mudanças. No caso específico do Dia Mundial Sem Carro, a efeméride não é um transtorno para mim. Já observo a data o ano inteiro: ando muito, pego ônibus (e só não tenho bicicleta). Não está certo tirar o carro da garagem de casa para ir até a farmácia da esquina.
E se o Dia Mundial Sem Carro não emplacar (perdão), e com ele fracassar a questão maior da conscientização das pessoas sobre o consumo responsável, pode-se apostar que sobrevirá o... Ano Mundial Sem Carro. Por mal ou por mal, não serão poucos os motivos.
A mais, um forte abraço em você, Fernando. Não vou esperar pelo Dia Mundial do Abraço (21 de janeiro) para lhe mandar esse amplexo.
PGCS

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