21 dezembro, 2009

Legado Sagrado

Encontra-se atualmente no Espaço Cultural Unifor, em Fortaleza - CE, uma exposição das imagens captadas pelas lentes do fotógrafo Edward Curtis (1868-1952), em sua longa convivência com os índios norte-americanos nas primeiras décadas do século passado.

Sobre Edward Curtis
"Ele nasceu em 1868 na zona rural de Wisconsin, centro-norte dos Estados Unidos da América. Embora certamente tenha tido contato com indígenas americanos quando criança, não há registro específico de quaisquer influências deles em sua infância. Curtis construiu sua primeira câmera aos 12 anos e, assim, sem perceber, iniciou sua carreira fotográfica. Aos 17 anos tornou-se um fotógrafo aprendiz. Logo mostrou-se hábil nos fundamentos da fotografia e tornou-se um profissional dedicado e sério.
Em 1892, Curtis conseguiu um empréstimo, usando como garantia uma pequena propriedade da família, e investiu seu dinheiro na participação em um estúdio fotográfico em Seattle. Dois anos mais tarde, após conquistar certa estabilidade financeira, Curtis casou-se e formou família. Logo tornou-se o mais importante fotógrafo de estúdio de Seattle, e esse sucesso proporcionou-lhe um nível até então desconhecido de liberdade financeira, o que lhe permitiu passar um tempo fora do estúdio para vivenciar seu amor pela natureza. Essa exploração levou-o ao encontro de pequenos bolsões de indígenas americanos que ainda mantinham alguns vestígios de seu estilo de vida tradicional.
Essas experiências induziram Curtis a iniciar, em 1906, uma empreitada que o absorveria pelos 24 anos seguintes. Esse projeto foi a criação de sua obra-prima, "The North American Indian" ("O Índio Norte-Americano"), uma coleção de livros feitos à mão com 20 volumes e 20 portfólios. Cada coleção continha mais de 2.200 fotografias originais, além de longos textos.Ele não somente fez dezenas de milhares de negativos em todo o oeste dos Estados Unidos e do Canadá, como também atuou como principal etnógrafo, captador de recursos, editor e administrador do projeto.
Embora "O Índio Norte-Americano" represente uma inestimável contribuição para o mundo das artes, da fotografia, da etnografia e da excelência em editoração, o projeto quase matou Curtis. Ele perdeu sua família, seu dinheiro e sua saúde. Por volta de 1930 era um homem falido. Viveu o resto da vida na obscuridade, até sua morte em 1952."
Christopher G. Cardozo
Curador

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