Ao apurar a sua pronúncia em "um analista amigo meu", Belchior tentava evitar a ocorrência de um virundum. Um certo mal entendido (você sabe de qual estou falando) que esta expressão costuma suscitar. À maneira do que também acontece com a expressão "mas você que ama o passado (MAL-PASSADO)", em "Como nossos pais", que é outra música dele.

O virundum é um neologismo para palavras, expressões ou frases que, escutadas numa canção, induzem os ouvintes a entender coisas diferentes (muitas vezes, jocosas). Aliás, o termo nem é tão "neo" assim, pois dizem que foi criado pelo jornalista Paulo Francis, na época do Pasquim. Inspirado que foi no primeiro verso (O VIRUNDUM Ipiranga) do Hino Nacional, cuja letra é hors-concours nisso (do que terra MARGARIDA, verás que um FILISTEU não foge à luta etc).
O Hino da Independência, com o seu JAPONÊS TEM QUATRO FILHOS, é outro que apresenta o seu virundum.
Mas o melhor deles, a meu ver, está numa canção popular que faz referência a B.B. King, o lendário cantor e instrumentista de blues. Na passagem em que a citação de uma vitrola "tocando B. B. King sem parar" é confundida (por quem nunca ouviu falar no rei do blues) com... TROCANDO DE BIQUINI SEM PARAR.
Um tema a este relacionado é o do malapropismos. A propósito, ler aqui a nota "Sobre malapropismos", de 7 de maio de 2007.
Nenhum comentário:
Postar um comentário