Ribeiro Couto (*)
Sabor de antigamente, sabor de família.
Café que foi torrado em casa,
Que foi feito no fogão de casa, com lenha do mato de casa.
–
Café para as visitas de cerimônia,
Café para as visitas de intimidade,
Café para os desconhecidos, para os que pedem pousada,
para toda gente.
–
Café para de manhã, para de tardinha, para de noite,
Café para todas as horas do riso ou da pena,
Café para as mãos leais e os corações abertos.
Café da franqueza inefável,
Riqueza de todos os lares pobres,
Na luz hospitaleira do Brasil.
(*) Rui Esteves Ribeiro de Almeida Couto (Santos, 12 de março de 1898 — Paris, 30 de maio de 1963), mais conhecido simplesmente como Ribeiro Couto, foi um jornalista, magistrado, diplomata, poeta, contista e romancista brasileiro. Foi membro da Academia Brasileira de Letras desde 28 de março de 1934 (ocupando a vaga de Constâncio Alves na cadeira 26), até sua morte.
Título desta imagem de autoria de Tini Malina: Bruxas do café.

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