"A bunda, que engraçada", já sabia Drummond. "Está sempre sorrindo, nunca é trágica."
Dividida ao meio, tem uma nádega apoiada na linguagem chula e a outra na mais cândida intimidade. Informal sempre, deve-se evitá-la em discursos educados: preferir um clínico glúteos, um anódino nádegas, um inocente traseiro, um tatibitate bumbum, um cômico fundilhos, um pândego pandeiro, um pedante derrière ou mesmo um regionalista tundá – entre outras opções disponíveis num vocabulário vasto. (Sérgio Rodrigues, rev. "Veja")
A gente só não chama essa parte do corpo de "nádegas" por influência africana. Bunda ou vambunda (não confundir com a etnia bunda da RD do Congo), juntamente com o quimbundo e o umbundo, são línguas originárias da Angola – onde há também um município chamado Bundas, na província do Moxico.
Os bundos, esses, em especial as mulheres bundas, possuíam a tal região glútea muito mais sólida, avantajada, globosa. Os portugueses, que, ao contrário do que se acredita, não são bobos, logo encompridaram os olhares para as nádegas das bundas.
No Brasil, principalmente na Serra da Ibiapaba (CE), há pessoas que costumam arrncar as "bundas" das formigas tanajuras (fêmeas aladas das saúvas, que aparecem em grande quantidade no início da estação chuvosa) para fritá-las, misturá-las com farinha de mandioca e... comê-las.
Ziraldo Pinto, um dos fundadores do hebdomadário "O Pasquim", fundou também o semanário "Bundas" (1999), uma sátira ao mundo das celebridades exposto em "Caras". É dele: "Quem mostrou a bunda em Caras, não mostrará a cara em Bundas".
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