Quando um hotel em Madrid insistiu em cobrar do pai da internet a conexão wi-fi
A história ocorreu quando Vint Cerf, este visionário pai da internet e um dos muitos vice-presidentes do Google, foi à Espanha, em abril de 2009, para receber o prêmio de doutor honoris causa pela Universidade Técnica de Madrid. No aeroporto à espera do amigo, estava Andreu Vea, presidente da Internet Society e autor de "Como criar internet", que o acompanhou até o hotel.
Na recepção do hotel – de luxo e cujo nome Vea prefere não revelar – Vint Cerf quis saber se poderia ligar à Internet a partir do quarto.
A recepcionista, que não sabia quem ele era, disse que não haveria nenhum problema. Mas ele teria de pagar 12 €, a taxa que o hotel cobrava a todos aqueles que acessavam a rede sem fio do estabelecimento.
Andreu Vea não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Sem pensar duas vezes, disse à funcionária do hotel quem era aquele homem de barba branca. Descrevendo-o como alguém que sempre defendera o acesso universal e gratuito à internet etc. e tal.
Como a recepcionista alegou estar cumprindo ordens de seus superiores, Andreu Vea pediu então para falar com o gerente. Queria resolver o problema.
Assim que o gerente ingressou no hall para assumir o comando da situação, Andreu Vea, mais uma vez, explicou a absurda e ridícula situação de um país, que parecia tecnologicamente avançado, estar a exigir dinheiro de um dos criadores da internet para se conectar à rede. O gerente respondeu que pouco podia fazer. Se Vint Cerf queria usar o serviço, ele devia pagar o valor que aparece nas tarifas do hotel.
Vint Cerf entregou o seu cartão para a recepcionista.
Mais tarde, Vea Andreu escreveu um e-mail para o gerente do hotel para mostrar a sua indignação com o tratamento que deram ao amigo. E, ainda esperançoso de que o estabelecimento tivesse recuado, depois de algum tempo, o presidente da Internet Society perguntou a Cerf se eles tinham de fato debitado a quantia em sua conta.
A partir dos Estados Unidos, o pai de internet disse que sim e que ele pagara os 12 € religiosamente.
Rodapost
É por isso que eu sempre digo: um copo d'água e a senha de um wi-fi não se negam a ninguém. Quando meu filho Érico voltou a morar comigo, por causa de sua separação conjugal, minha primeira providência foi entronizar um roteador no apartamento. Eu continuo a pagar o servidor da internet, mas esse pagamento não é compartilhado.
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