30 janeiro, 2015

Vanja vai, Vanja vem

Vanja Orico, a atriz e cantora revelada no filme "O Cangaceiro" – primeira produção brasileira de cinema a repercutir internacionalmente –, viajava muito. Os colunistas de jornal noticiavam sempre suas idas e vindas, o que levou Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) a criar a expressão "Vanja vai, Vanja vem" quando se referia a um fato inesperado que acabava acontecendo. Por exemplo: Vanja vai, Vanja vem", o leitor chegou à última linha deste parágrafo.
A expressão popularizou-se tanto que ela e Grande Otelo acabaram criando um show com o nome de "Vanja vai, Vanja vem, com Grande Otelo também", em que cantavam, contavam histórias e piadas e Otelo fazia suas imitações. A dupla se apresentou, a partir de maio de 1968, no Teatro Miguel Lemos. Não foi um grande sucesso, mas ela precisava trabalhar, pois acabara de receber um ofício do departamento de pessoal da TV Globo, dando-lhe o chamado "atestado liberatório".
(extraído de Grande Otelo: uma biografia (p. 207), por Sérgio Cabral)

Vanja Orico morreu nesta quarta-feira (28), aos 85 anos, no Rio, Ela se projetou no cenário artístico, em 1953, ao interpretar a música"Mulher Rendeira", tema do filme "O Cangaceiro", de Lima Barreto, e, por ter participado de outros filmes do gênero, como "Lampião, o Rei do Cangaço" e "Jesuíno Brilhante, o Cangaceiro", consagrou-se também como musa do "Ciclo do Cangaço".

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