"A vida nunca mais é a mesma depois que se penetra no reino das palavras. Na verdade não me recordo de mim a não ser cercado por elas (RC)."
O livro em questão entrou no mundo desse mineiro de Caratinga sob a forma de um presente de aniversário. Quando ele, num remoto fevereiro de 1953, foi presenteado com Alice no país das maravilhas. Ruy Castro fazia cinco anos e ainda não sabia ler.
Ah, entender aquela história maravilhosa contada por Lewis Carroll foi o grande estímulo para que o garoto aprendesse a ler.
Um dia, sua Alice, que tinha sido traduzida e adaptada por Monteiro Lobato, tomou um rumo ignorado. Outras "Alices" - em edições de luxo, de bolso, comentadas, com e sem ilustrações, bilingues etc - tentaram tomar o seu lugar. Sem sucesso. O próprio Ruy Castro, com os seus conhecimentos da língua inglesa, aventurou-se a criar uma delas. Sem que isso significasse desistir de rever aquela que desencadeara sua paixão pelos livros. Numa busca pelos sebos que ele prosseguiu até obter um exemplar "da mesma fornada" de sua primeira e insubstituível Alice.
O escritor estava enfim reconciliado com o garoto que um dia fora.
Referência: "10 livros que abalaram meu mundo", Casa da Palavra
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