12 maio, 2009

O direito à fama

Cita-se, com grande frequência, esta frase de Andy Warhol:
"In the future everyone will be famous for fifteen minutes." No futuro todo mundo será famoso por quinze minutos.
Contudo, descubro que antes dessa célebre citação, o carioca Lima Barreto (caricatura) já havia escrito o seguinte:
"mas, ao que parece, a figura de seu tempo que mais impressionou foi a de um pequeno poeta, que nunca teve seu quarto de hora de celebridade e hoje está totalmente esquecido." (Ao se referir a um personagem menor de seu romance "Clara dos Anjos".)
Andy Warhol viveu nos Estados Unidos, de 1928 a 1987. Filho de pais eslovacos, com suas pinturas, serigrafias e colagens baseadas em temas do cotidiano e artigos de consumo, ele foi a figura maior da chamada pop-art. Lima Barreto viveu no Brasil, de 1881 a 1922. Mulato, pobre, com estudos interrompidos, alcoólatra e com várias internações psiquiátricas, Lima Barreto por seu talento ombreou-se ao grande Machado de Assis na crônica e no romance. Este seu romance, o "Clara dos Anjos", foi escrito em 1921.

Um comentário:

Paulo Gurgel disse...

Amigos.
Não considero que exista atualmente uma quadrilha que "tomou de assalto o Palácio do Planalto".
Houve-a no período imediatamente anterior (de 1995 a 2002), quando o Brasil:
- que vivia de joelhos ante o FMI foi "quebrado" em duas oportunidades;
- transferiu grande parte do seu patrimônio (OPERAÇÃO PRIVATARIA) a empresários que o adquiriram com dinheiro do BNDES, isto é, nosso;
- teve a sua máquina pública desmontada de modo a justificar a entrada em profusão de serviços contratados e terceirizados;
- gozou das "delícias" do reencontro com uma taxa de inflação anual de dois dígitos, acompanhada por uma taxa SELIC de 45 por cento;
- viu migrarem bilhões de dólares (da corrupção), através das famosas contas CC5, para a sua "lavagem" no exterior;
- pelos ínfimos reajustes que eram dados ao salário mínimo (de 6 reais, por exemplo), passou a ter este na faixa de 50 dólares ao mês;
- escandalizou-se com a compra de votos de parlamentares para a emenda à Constituição que permitia a reeleição de seu presidente;
- etc.
E tudo isso sem CPIs.
Os versos de " dormia a nossa Pátria Mãe tão distraída / e sem saber que era subtraída / em tenebrosas transações", da canção de Francis e Chico, embora se refiram a um outro período político do Brasil, aplicam-se também e com maior propriedade à era FHC.
Quanto às "benesses" recebidas do INSS pelo nosso "apedeuta mor", resultam da mesma legislação pela qual as recebe, e com valores maiores, o seu antecessor no cargo (por ter sido professor universitário durante apenas UM ano).
A propósito, o Lula é "apedeuta" por não ter o grau de instrução do FHC? Bem, se for só por isso, então está razoável. A "Escola da Vida" fez muito mais a ele (na área do caráter, por exemplo) do que a Sorbonne logrou fazer em seu antecessor (o qual, para não ser esquecido, tem uma ONG de autolouvação financiada pelo contribuinte paulista).
Ah, eu já luto por uma pátria com governantes éticos e honestos há tempos.
Paulo Gurgel