Tenho com Emanuel de Carvalho Melo uma amizade de quatro décadas. Começou na época de nossas graduações em medicina pela UFC, embora fôssemos de turmas de anos diferentes. Concluí o curso superior em 1971 e Emanuel, em 1973. Depois, especializei-me em Pneumologia; Emanuel, em Cirurgia Cardiovascular. E, aprovados em concurso público, fomos ambos trabalhar no Hospital de Messejana.
Todavia, nossa amizade se fez no cenário das artes. Em Fortaleza dos anos 60 e 70, uma cidade que fervilhava de músicos profissionais e amadores. Dentre estes, Emanuel, que viera de Piripiri (PI) para cumprir o seu destino em nossa cidade, e o autor destas linhas. Eram nossos guias Chico, Edu, Caetano, Gil e Luiz Gonzaga. E, para curtir as harmonias e as letras das músicas destes “monstros sagrados”, Emanuel e eu nos encontrávamos em torno de um violão. Nesses encontros, as criações artísticas que um e outro fazíamos eram também apresentadas. Ressaltando que o amigo Emanuel também dava trela à poesia e à pintura.
Por seu intermédio, conheci Jorge Melo, seu irmão. Que tocava violão, cantava e compunha com desembaraço.
Adiante, colaborei com Emanuel em alguns livros (coletâneas em geral), que ele organizou e editou para o Centro Médico Cearense. E, quando foi fundada a Sobrames – Ceará, estivemos de novo juntos em sua primeira diretoria. Emanuel foi o primeiro diretor regional desta sociedade, criada em 1982 para congregar os médicos escritores no Ceará, e eu o sucedi no cargo principal.
Quanto a seu irmão Jorge Melo, que se tornou um músico de dimensão nacional, será assunto para uma nota à parte.
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