Frei Ambrósio cultivava uma barba muito longa. Que alcançava a sua rotunda cintura, chamando a atenção de todos.
Certa vez, um garoto curioso lhe perguntou:
- Como o senhor coloca as mãos quando vai dormir? Ficam em cima ou embaixo da barba?
Para aplacar a curiosidade do infante, Frei Ambrósio deu uma das duas respostas possíveis. E não pensou mais nisso no resto do dia.
À noite, deitado, esperando o sono vir, a pergunta lhe retornou ao juízo. Frei Ambrósio olhou para as mãos, com os dedos entrecruzados sobre a barba, e... “Espere aí, eu respondi que as mãos ficavam embaixo da barba. É assim que vou colocá-las.” Pouco tempo depois, não tinha tanta certeza de como as suas mãos ficavam à hora de dormir. Nem do que respondera. “Deixe ver, eu disse ao garoto que as mãos ficavam em cima da barba. Então...”
De forma que ele tinha uma pendência para resolver, antes impensável. A respeito de um costume de muitos anos... de que ele não sabia ao certo um detalhe crucial. E, assolado pelas dúvidas, naquela noite o frade não dormiu.
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