O Rio Cocó, que nasce na Serra da Aratanha e passa por três municípios – Pacatuba, Maracanaú e Fortaleza – para desaguar no Oceano Atlântico, tem um comprimento total de cerca de 45 quilômetros. Não o conheço em toda a sua extensão, apenas em seu trecho no Parque Ecológico (ao qual dá o nome) e em sua desembocadura entre a Praia do Caça e Pesca e a Praia de Sabiaguaba, ambas em Fortaleza.
No trecho do Parque Ecológico, a poucos quilômetros de sua foz, o rio corre sobre um leito de pequena declividade. Aliás, melhor seria dizer que o rio “anda”, tal é a lentidão com que as suas águas se deslocam em busca do mar. E há períodos em que o rio pára e até ensaia voltar. Não é ilusão de óptica. Um observador postado à beira do rio vê mesmo, nesses períodos, o citado fenômeno. Do rio a refluir, arrastando as folhas e os galhos que estão a boiar, no arremedo de uma marcha à ré.
É o embate cíclico. Entre as águas que são tangidas de volta pela força da maré alta e as novas águas que descem de suas cabeceiras, o que faz com que o Cocó se avolume, elevando o nível das águas. E disso resulte que o rio derrame suas águas nos terrenos mais baixos do manguezal e reencha as lagoas comunicantes. A seguir, revitalizadas pelo refluxo, as lagoas acolhem os bandos de garças, jaçanãs e maçaricos – e a felicidade é geral!
Não há dúvida de que o Rio Cocó, esse personagem do reino mineral, é o grande ator do mangue. Flora e fauna locais respeitam o seu ritmo.
Para ler mais sobre o Cocó:
Nenhum comentário:
Postar um comentário