12 dezembro, 2025

Cordel e cordelistas

 A Literatura de Cordel é um gênero literário popular no Brasil, especialmente no Nordeste, caracterizado por sua forma rimada e sua apresentação em folhetos de papel.

Os poemas, escritos em versos, geralmente narram histórias, lendas, fatos históricos e acontecimentos do cotidiano.

Essas histórias são impressas em pequenos folhetos com xilogravuras, que eram tradicionalmente pendurados em cordas ou barbantes, daí o nome "cordel".

As ilustrações não apenas embelezam os folhetos, mas também ajudam a contar a história, sendo parte integral da experiência do cordel.

A origem da Literatura de Cordel remonta à tradição oral dos trovadores medievais na Europa, principalmente em Portugal e na Espanha.

Esses trovadores recitavam suas poesias em feiras e mercados, transmitindo histórias e notícias. Com a colonização essa tradição foi trazida para o Brasil, onde se adaptou e evoluiu.

O cordelistas, como são chamados os autores de cordel, eram frequentemente viajantes que levavam seus folhetos para vender em feiras, festas e outros eventos, disseminando assim suas histórias por todo o país.

Eles, muitas vezes, são também repentistas, capazes de criar e recitar versos improvisados.

A métrica mais comum usada nos cordéis é a sextilha, que consiste em estrofes de seis versos, geralmente com sete sílabas em cada verso, e rimas alternadas. 

Ao registrar histórias e lendas transmitidas de geração em geração, o cordel contribui para a preservação da memória cultural de um povo.

Ao utilizar uma linguagem simples e temas acessíveis, o cordel estimula a leitura e a escrita, especialmente entre as camadas humildes da população.

As obras de cordel podem abordar uma grande variedade de temas, desde histórias de reis e rainhas até aventuras de cangaceiros, romances e críticas sociais.

Existem inúmeros cordelistas famosos, como o paraibano Leandro Gomes de Barros, considerado o "pai do cordel", e Patativa do Assaré, um dos maiores poetas populares brasileiros.

Ao longo do tempo, a Literatura de Cordel ganhou reconhecimento e valorização, sendo estudada em universidades e apreciada por um público mais amplo.

(Extraído de um material de divulgação da Secretaria de Cultura do Ceará)

Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido por Patativa do Assaré (1909 - 2002). Nasceu no município de Assaré, no Estado do Ceará. Ele começou a compor e a  recitar poesias ainda jovem, inspirado pelas histórias e cantorias tradicionais do sertão nordestino. Seus versos frequentemente abordavam temas como a vida no sertão, as dificuldades enfrentadas pelos agricultores, as injustiças sociais e a luta por melhores condições de vida. Dentre suas obras mais conhecidas estão: "Triste Partida", que foi musicada por Luiz Gonzaga e se tornou um clássico da canção nordestina, e "Vaca Estrela e Boi Fubá", que Patativa apresentou em show no Theatro José de Alencar, em 1980, e que Fagner editou em LP pela CBS. (revisar) https://youtu.be/mdYqWeR6ZuI?si=Q1u7suKWOaQq_03o

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