Dalia Ventura, BBC News
Eles ajudaram a tornar realidade o que antes era fantasia e continuam a motivar a busca pelo que não foi encontrado até agora.Alguns até se infiltraram na vida cotidiana e não mostram sinais de quererem sair dali.
Trata-se dos demônios da ciência, criaturas que ocupam o espaço das leis, teorias ou conceitos que ainda não conseguimos entender.
No entanto, esses demônios são mais parecidos com o demônio ou daimon da Grécia Antiga do que com aquelas entidades malignas que nos vêm à mente quando ouvimos essa palavra.
Como explica a sacerdotisa Diotima ao jovem filósofo Sócrates em "O Banquete de Platão", eles habitam aquele lugar intermediário entre deuses e homens, e entre sabedoria e ignorância.
Antes de escrever "A Origem das Espécies", Charles Darwin imaginou "um ser infinitamente mais astuto que o homem" que poderia produzir uma nova espécie de humanos, assim como somos capazes de criar ovelhas cuja lã tenha as qualidades que preferimos para nossos suéteres.
Essa foi uma das questões fascinantes que impulsionaram sua pesquisa.
O ser estranho acabou desaparecendo e na versão final de sua obra o que aparece é a teoria da seleção natural, sem causas milagrosas ou forças sobrenaturais.
No entanto, ele ressuscitou na década de 1960, sob o nome de "demônio darwiniano", quando os biólogos quiseram explorar o que aconteceria se não houvesse restrições biológicas à evolução, estimulando pesquisas para entender melhor a teoria da evolução.
Laplace, Descartes e Maxwell: o triunvirato no computador
"Seu computador, por exemplo, em certo sentido foi desenvolvido motivado pela busca desses três demônios", diz Jimena Canales, em seu livro "Endemoniados: una historia sombría de los demonios en la ciencia", explicando:
- O demônio de Laplace, em termos de ser uma máquina para acumular e processar dados
- O demônio de Descartes, porque também é uma máquina de entretenimento e realidade virtual
- E seus microprocessadores permitem que você faça o trabalho com mais eficiência, como o demônio de Maxwell.
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