31 março, 2022

O branco mais branco

Há alguns anos, um grupo de engenheiros da universidade americana de Purdue, em Indiana, criou um tom de branco que era ainda mais branco que o que conhecíamos até então. O composto foi incorporado em revestimentos para edifícios em forma de tinta com o objetivo de resfriá-los e reduzir a necessidade do uso de ar condicionado no interior dos prédios.
Em outubro de 2020, os pesquisadores foram além e conseguiram desenvolver uma tinta ultra branca que conseguia ser ainda mais clara. Mas, quando se pensava que não era possível ir além, eles superaram as expectativas e criaram uma tinta que não é só mais clara, mas também é mais fria que as formulações anteriores desenvolvidas por eles.
Segundo os pesquisadores, este tom pode ser o equivalente do branco ao Vantablack, "o preto mais preto", que chega a absorver até 99,9% de toda a luz visível (*). Os engenheiros afirmam que essa formulação de tinta mais branca reflete até 98,1% da luz solar recebida e ainda envia o calor infravermelho para longe da superfície ao mesmo tempo.
As tintas comercializadas atualmente ficam mais quentes ao invés de mais frias, enquanto as que são projetadas para rejeitar calor refletem apenas entre 80% e 90% da luz solar recebida, sem o benefício de tornar as superfícies mais frias que um ambiente.
Para atingir um nível de brancura tão alto, são utilizadas duas características fundamentais, sendo a primeira delas a concentração do sulfato de bário, um composto químico que também é utilizado para tornar papéis fotográficos e cosméticos mais brancos. A outra também está relacionada ao sulfato de bário, que têm tamanhos diferentes na tinta. O tamanho de cada partícula interfere no quanto ela espalha a luz, sendo assim, quanto mais ampla a gama de tamanho de partículas, mais a tinta pode se espalhar no espectro de luz solar.

Extraído de: O branco mais branco é também o mais frio; saiba o porquê, Olhar Digital

N. do E.
(*) Uma equipe de engenheiros do MIT desenvolveu o que eles chamam de "o material mais preto até hoje". Composto de microfilamentos de nanotubos de carbono, é mais escuro até do que o famoso Vantablack®, que absorve 99,96% da radiação da luz. Sobre esta descoberta, o Ultrablack®, eles dizem que absorve 99,995% da luz e que, por isso, é dez vezes mais escuro do que o recordista anterior.
http://blogdopg.blogspot.com/2017/03/vantablack.html
http://blogdopg.blogspot.com/2019/10/ultrablack.html

Nenhum comentário: