30 maio, 2013

Sobre a arte de pendurar quadros

É notório que, por vezes, até mesmo as galerias de arte mais prestigiadas penduram os trabalhos dos artistas de forma errada. Mas pouca investigação científica tem abordado a questão de saber se o público opinaria corretamente sobre como posicionar as pinturas de arte moderna.
George Mather, que é professor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lincoln e professor visitante da Faculdade de Psicologia da Universidade de Sussex, Reino Unido, realizou um estudo experimental para ajudar a descobrir a resposta.
Dezoito participantes (alunos), sem experiência formal em arte, opinaram sobre quarenta obras de arte moderna cujas orientações foram apresentadas aleatoriamente (0, 90, 180 ou 270 graus). Os resultados obtidos foram revelados em "Juízo estético de orientação em arte moderna", foi publicado no i-Perception , vol. 3, no. 1, 2012, pp 18-24.
O estudo descobriu que o julgamento dos participantes sobre a correta orientação das obras de arte dependia, em certa medida, da percepção de seu conteúdo (meaningfulness). Assim, os percentuais de acertos variaram de 88,89% de Two Women with Still Life (% meaningful = 100), de Fernand Léger, a 0% de Suprematist Composition: Airplane Flying (% meaningful = 0), de Kasimir Malevich, por exemplo.
Foi intrigante, no entanto, que algumas pinturas que pareciam ter pouco conteúdo "significativo", como One (% meaningful = 0), de Jackson Pollock, com 55,45% de acertos, tenham sido orientadas corretamente. "A origem destes juízos de orientação continua a ser identificado", diz o professor.
A lista completa das pinturas utilizadas no estudo encontra-se aqui.

N. do E.
A imagem acima foi criada  no Pollock Generator por Improbable Research.

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