17 agosto, 2012

Sobre o tédio

Reside na capacidade de entediar-se a principal diferença do ser humano com relação aos animais. Se os macacos soubessem se entediar eles também seriam humanos.
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O tédio tem rima, porém não tem remédio.
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O que é bom, se repetido, também causa tédio. Como o doce de leite que, às tantas colheradas, o paladar enoja, se entedia.
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Cheio da vida não é igual a cheio de vida.
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O pior do tédio é que ele pode conduzir o entediado ao suicídio. Mas... estar sem selos para pôr na carta de despedida é um motivo justo para não se suicidar.
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Felizmente, o Centro de Valorização da Vida agora atende em domicílio. Antes de tomar a decisão radical, ouça o que eles têm a dizer em seu interfone.
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Propostas para combater o tédio: matar moscas com um jornal dobrado, mudar de calçada para não falar com o amigo paulista, desfiliar-se do clube dos entediados.
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E se não consegue evitar as pessoas e situações que causam tédio assumir um ar blasé e... bocejar. Bocejar inicialmente disfarçado (levando o dorso da mão à boca); com a continuidade do problema, bocejar às escâncaras e, por fim, dormir.
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Agora, se um chato acordá-lo para contar a última? Pois bem, que seja mesmo a última a que ele contou.
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Não há dúvida de que o carbono quaternário com a sua sociabilidade levou as coisas longe demais.




Ilustração
Veio do CARTUM AVESSO, blog do cartunista Leandro Correia (Londrina-PR)

Ver também...
Tentativas de suicídioAssim morre a humanidade, Tédio no trabalho e Os pessimistas.

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