Muitos historiadores concordam que Cristóvão Colombo, o primeiro navegador europeu a chegar à América, era um homem extremamente inteligente.
Embora tenhamos poucas certezas sobre a sua vida, é consenso que sua inteligência e agilidade o ajudaram em diversas ocasiões, tanto para conseguir o que procurava como para driblar as dificuldades.
Uma dessas ocasiões ocorreu em 1504, quando Colombo ficou preso na Jamaica durante sua quarta e última viagem ao continente americano.
Ele e cem homens acabaram encalhados no norte da Jamaica.
Enquanto esperavam ajuda, Colombo conseguiu trocar alguns de seus pertences por comida com os nativos. Com o passar do tempo, a relação com os indígenas começou a se deteriorar, e estes se opuseram a levar comida para ele.
Então, para conseguir o que queria dos nativos da ilha, ele se voltou para seus amplos conhecimentos astronômicos. Colombo elaborou um plano tão brilhante quanto perverso: assustar os aborígines com um eclipse que ocorreria em 29 de fevereiro de 1504, o dia extra daquele ano bissexto.
Estas duas páginas do almanaque Regiomontano descrevem os eclipses do Sol e da Lua. No canto inferior direito está descrito o eclipse lunar de 29 de fevereiro de 1504 usado por Cristóvão Colombo.
O navegador sabia por seus estudos que não seria um eclipse qualquer, mas um eclipse lunar que mancharia o satélite natural da Terra de vermelho como o sangue. E ele poderia apresentá-lo como um castigo divino do qual os nativos não podiam escapar.
Colombo foi um gênio do engano. E essa foi uma ideia salvadora.
Esse episódio é narrado com detalhes no livro "O Memorial dos Livros Naufragados", do historiador inglês Edward Wilson-Lee.
Extraído de: O eclipse que salvou a vida de Cristóvão Colombo em viagem à América, por Analía Llorente, BBC News
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