31 janeiro, 2025

O jogo combinatório

Desde que me lembro – e certamente muito antes de ter um termo para isso – sempre acreditei que a criatividade é combinatória: vivos e atentos para o mundo, acumulamos uma coleção de blocos de construção interdisciplinares – conhecimento, memórias, pedaços de informação, faíscas de inspiração e outras ideias existentes – que então combinamos e recombinamos, principalmente inconscientemente , em algo "novo". Deste vasto e interdisciplinar conjunto mental de recursos é que nos acena a infra-estrutura do que chamamos de nossas "próprias" ideias "originais".
~ Maria Popova
Como Albert Einstein pensava: o "jogo combinatório" é o segredo do gênio.
Ele atribuiu alguns de seus maiores avanços na física a seu passatempo com o violino, que ele acreditava conectar de novas maneiras as diferentes partes de seu cérebro. 

Ilustração: Bernardo França para a revista Galileu

Ilustração: Vladimir Radunsky para On a Beam of Light: A Story of  Albert Einstein

Einstein praticou violino desde muito jovem. Sua mãe, uma talentosa pianista, apresentou-o ao violino aos cinco anos, na esperança de ajudá-lo a se associar mais à cultura alemã. Embora inicialmente considerasse isso uma tarefa árdua, ele aprendeu a gostar do instrumento aos 13 anos, depois de descobrir Mozart. Ainda adolescente, seu talento foi reconhecido.
Einstein nunca considerou seriamente a ideia de se tornar um músico profissional. No entanto, ele pensou que teria feito isso se nunca tivesse entrado na ciência, e ocasionalmente tocou com profissionais, incluindo Kurt Appelbaum. Ele foi em grande parte autodidata (e algumas imagens sugerem que ele tinha má forma). Apesar disso, muitos que tocavam com ele atestavam que era um ótimo músico.
Embora raramente se apresentasse em público, nunca viajava sem o violino. Mais tarde em sua vida, ele sentou-se com o Quarteto Zoellner e tocou com membros visitantes do Quarteto Julliard. Ambos os grupos ficaram impressionados com suas habilidades. As noites de quarta-feira na casa de Einstein em Princeton eram “religiosamente” dedicadas à música de câmara.
Além do exemplo Einstein, Big Think traz aqui (com viés britânico) alguns hobbies desfrutados por outras grandes mentes da humanidade:
Ada Lovelace (escritora e matemática inglesa, criadora do primeiro algoritmo da computação): apostas em cavalos;
Isaac Newton (físico e matemático inglês, famoso por formular as leis do movimento e da gravidade e descobrir o espectro da luz branca): alquimia;
John Keynes (economista inglês, considerado o economista mais influente do século XX): colecionar obras de arte e mecenato;
Alan Turing (matemático, cientista da computação e criptoanalista inglês, que decifrou o código Enigma durante a II Guerra Mundial): correr maratonas.
(*) https://bigthink.com/the-past/hobbies-five-great-geniuses/

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