21 novembro, 2007

Os sonetos de William

Entre 1592 e 1594, quando os teatros londrinos foram obrigados a permanecer fechados, em razão da peste que grassava na cidade, isso não ofuscou a fama em ascensão de William Shakespeare que, durante o período, continuou sendo aclamado por seus belos sonetos.
Enviando-me o que publico, Selênia Granja, responsável pelo Blog Incidental, me faz refletir sobre este aspecto. O maior nome da dramaturgia ocidental haver sido também um extraordinário poeta, cujo legado nesta área abrange um conjunto de 154 sonetos.
Este é o de número XIX, traduzido por Ivo Barroso:

"Tempo voraz, ao leão cegas as garras
E à terra fazes devorar seus genes;
Ao tigre as presas hórridas desgarras
E ardes no próprio sangue a eterna fênix.
Pelo caminho vão teus pés ligeiros
Alegres, tristes estações deixando;
Impões-te ao mundo e aos gozos passageiros,
Mas proíbo-te um crime mais nefando:
De meu amor não vinques o semblante
Nem nele imprimas o teu traço duro.
Oh! permite que intacto siga avante
Como padrão do belo no futuro.
-------Ou antes, velho Tempo, sê perverso:
-------Pois jovem sempre há-de o manter meu verso.

3 comentários:

SOS Miséria disse...

Música Country e Shakespeare não fazem um bom dueto mas estas tuas palavras e a boa escolha do poema estão ainda assim de parabens.
Gostei do teu site e voltarei para visitar-te.
Abraço
Alda Inacio

Paulo Gurgel disse...

Prezada Alda:
Concordo com a falta de identificação entre a poesia de Shakespeare e a música country (a qual não está entre as minhas preferências).
Acontece que ela se origina de um slideshow que existe no blog e também é passível de ser desligada - o que, ás vezes, faço.
Agradeço a visita.

Anônimo disse...

Caríssimo Paulo,

citar-me, aqui, uma honra!

Adoro sonetos, os de William Shakespeare, uma fixação herdada da minha avó, tão amorosa leitora e suave, impregnou-me de amor as artes, e sobretudo de Livros...

Gratíssima, e abraço.