31 maio, 2020

O desafio do leite

O momento mais estranho sucedeu ao homem que descobriu o leite. 
Quando ele teve que explicar à vaca o que estava fazendo ali. ~ Jonco Stl

As pessoas não têm entendido por que Bolsonaro tem tomado um copo de leite durante as lives dele. O que é um claro aceno e cumprimento aos grupos da extrema direita. Eu explico neste fio!

Nacionalistas brancos fazem manifestações bebendo leite para chamar a atenção para um traço genético conhecido por ser mais comum em pessoas brancas do que em outras - a capacidade de digerir lactose quando adultos.



É uma tentativa racista para se embasar em "ciência" para diferenciar e justificar a "raça branca". Mas como já provado e explicado por toda ciência: Não há evidência genética para apoiar qualquer ideologia racista. O que há, é na verdade, um governo tosco e motivado pelo ódio.

Só para deixar claro, essa não é a primeira vez que o bolsonarismo se apropria de ações dos supremacistas brancos americanos (Alt Right). Antes, eles fizeram o uso do efeito ShockWave / FashWave em suas fotos.

O símbolo do copo de leite foi apropriado por uma facção das redes bolsonaristas, que são channers. Esse pessoal gosta da confusão que o meme gera com a simbologia nazista e se refestelam com a notoriedade que recebem da mídia. Essa facção é do Leon Leitadas.

Eu, por exemplo, identifiquei a conta deles como a responsavel pela campanha da Dra. Yamaguchi no Ministério da Saúde. As contas deles são constantemente banidas pelo Twitter por violações e ataques na plataforma.

Muitos têm falado que o ato de beber leite é relacionado ao Desafio do Leite proposto pela ministra da Agricultura. Eu vejo isso como um dog whistle - mas eu deixo com vocês para decidirem: Alt Right, Leon Leitadas, ou Desafio do Leite.

@DavidNemer, Twitter

N. do E.
No filme "Laranja Mecânica", Alex e os rapazes bebem copos de Moloko Plus, que são os coquetéis de leite e drogas que alimentam o mau comportamento da quadrilha. Então, eles têm uma razão válida para beber leite.
In: Por que tantos personagens bebem leite nos filmes?, Blog EM

Leitura recomendada: Milk, a symbol of neo-Nazi hate, The Conversation

Feijão Maravilha

Matemática do feijão
Rey Jordão, 1980
Compositores : Edinah Rodrigues / Rey Jordão
Eu vou ensinar a todos / O que faço para economizar / Compro um quilo de feijão / E sei de cabeça quantos caroços vão dar / 880 dividido por 8, 110 pra cada um / É dessa maneira que eu faço economia / Cada um tem o direito a 3 caroços por dia.
http://youtu.be/qFhhw5_JPa4
O feijão da Dona Nenem
Zeca Pagodinho
Bota lenha na fogueira, Nenem / Deixa o feijão cozinhar / Bota lenha na fogueira, Nenem / Não deixa o feijão queimar.
http://youtu.be/9J0FMc1Ralo
Saco de feijão
Beth Carvalho
Compositor: Chico Santana, 1977
Já me sinto esgotado / E cansado de penar, meu Deus / Sem haver uma solução / De que me serve um saco cheio de dinheiro / Pra comprar um quilo de feijão?
http://youtu.be/iBzfnXBVD64
O preto que satisfaz (Feijão Maravilha)
Gonzaguinha (autor) com As Frenéticas
Pot pourri (Feijão Maravilha - O saco cheio de Noel - Bie bie Brasil)
http://youtu.be/tMKEoomB31s
Dez entre dez brasileiros preferem feijão / Esse sabor bem Brasil / Verdadeiro fator de união da família / Esse sabor de aventura / Famoso Pretão Maravilha / Faz mais feliz a mamãe, o papai / O filhinho e a filha.
Abertura remake da novela de Bráulio Pedroso, de 1979.



O comercial do feijão Heinz
A Heinz só queria que as pessoas cantassem a música batucando numa lata vazia de feijão. Mas o plano não deu certo.
No Reino Unido, um comercial da marca foi banido depois da avaliação da ASA, o órgão regulador da publicidade no país. É que, na propaganda, pessoas usavam latas vazias de feijões Heinz para cantar uma música, a "Can Song" (Canção da Lata).
A ASA considerou a prática perigosa. Segundo ela, as pessoas, ao imitarem em casa a "Can Song", poderiam acabar se machucando. Algum consumidor, ao bater na lata, poderia cortar a mão em suas bordas.
O comercial da Heinz, contudo, traz, logo no início, uma espécie de tutorial que indica para o consumidor lavar a lata e passar uma fita (crepe, isolante etc) nas bordas para tornar a prática segura.
Mesmo assim, a ASA considerou que as instruções eram insuficientes para diminuir o risco.
http://exame.abril.com.br/marketing/comercial-do-feijao-heinz-e-banido-por-ser-perigoso/

Sábado é feijoada

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Atualizando ...
05/01/2021 Panos e planos
(Moyseis Marques / LC Máximo) - c/ Mônica Salmaso
Traz um caixote pros livros / E pro jogo de jantar / Faz um feijão pros amigos / Bota um choro pra tocar.
http://youtu.be/WpP1bgvfBIQ

30 maio, 2020

Se o mar pudesse escrever, o que nos diria?

No Japão, 30 de maio é o Dia do Lixo Zero. Nesse dia, a Tokyo News publicou em 2019 um editorial de página inteira intitulado "Plásticos flutuando em nossos oceanos" e destacou os efeitos devastadores dos plásticos na vida marinha.
Surpreendentemente, neste artigo, do próprio título à imagem e ao conteúdo, quase tudo não foi impresso em papel, mas "esculpido" na praia.
A escultura em areia foi concluída pelo artista Toshihiko Hosaka, que criou a enorme escultura em areia, com moradores locais e estudantes a ajudá-lo na praia de Ioka, na província de Chiba.
Demorou 11 dias para completá-lo, e mede 50 x 35 metros. O conteúdo do editorial diz: "O mar não fala, então vou falar por ele."
"Atualmente, a vida de muitos seres marinhos é perdida. O culpado é o plástico. Sacolas plásticas, garrafas plásticas, espuma plástica. ... Cerca de 8 milhões de toneladas de plásticos são descarregados diariamente em rios e oceanos ..."
"Os japoneses têm uma grande responsabilidade nisso, a produção de lixo per capita do Japão está em segundo lugar no mundo." Para corrigir esse problema, devemos observar atentamente o que está acontecendo no oceano. eles foram ignorados por causa da prioridade do crescimento econômico e das conveniências na vida cotidiana ".

CGTN em espanhol, 08/06/2019

Tributo a Evaldo Gouveia (3)

Morreu nesta sexta-feira (29), em Fortaleza, vitimado pela covid-19, o compositor e cantor Evaldo Gouveia de Oliveira.
Natural de Orós (CE), Evaldo nasceu em 8 de agosto de 1928 e tinha a memória identificada com o município de Iguatu (CE), para onde a família do artista se mudou quando ele tinha apenas três meses de idade.
Com cerca de 700 canções gravadas, Evaldo é autor de "Deixe que ela se vá", "Alguém me disse", "Serenata da chuva", "Sentimental demais", "Conde" e "E a vida continua", entre outras.
Antes de emplacar na carreira solo, o cearense fez parte de formações como a do lendário Trio Nagô, ao lado de Mário Alves e Epaminondas Souza.
Nas décadas de 1950, 60 e 70, teve o sucesso impulsionado nas frequências radiofônicas pelas vozes de cantores como Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Alaíde Costa, Moacir Franco, Nora Ney e Maysa Monjardim.
Em 2011, ganhou um tributo à altura da beleza, da diversidade e da importância de sua obra musical com a produção do CD "O Trovador" pela Secretaria de Cultura de Fortaleza. Autor da marcha-rancho "Bloco da solidão", sucesso nos bailes de carnaval de 1971 e anos seguintes, e "O mundo melhor de Pixinguinha", samba-enredo da Portela em 1973, Evaldo foi também homenageado pelo "Carnaval da Saudade de 2019", do Clube Náutico Atlético Cearense, pela contribuição que deu ao carnaval brasileiro.
Seu parceiro mais frequente foi o espírito-santense Jair Amorim (1915 - 1993).

29 maio, 2020

Histórias que têm apenas seis palavras

Elas são realmente um "gênero narrativo"?
David Fishelov, acredita que elas possam ser. Ele é professor de literatura comparada, na Universidade Hebraica de Jerusalém. Veja o ensaio dele sobre o assunto. "The Poetics of Six-Word Stories" (A Poética das Histórias de Seis Palavras), que foi publicada na Narrative de janeiro de 2019.
O professor considera as histórias de websites. Como neste, por exemplo. E chega a várias conclusões como, por exemplo:
"[…] Elas oferecem uma visão original, nos convidam a mergulhar no iceberg narrativo (para construir exposição implícita, contexto, causas possíveis), reler o texto (muito) breve e refletir sobre o contraste entre seu pequeno formato e as complexas situações humanas que evocam."
RESUMO. Histórias de seis palavras apresentam um estudo de caso intrigante para teóricos de gêneros literários e narratologistas. Apesar da popularidade dessa forma narrativa peculiar - provavelmente a mais recente novidade no clube de gêneros narrativos - e do fato de ter produzido muitos textos cativantes, quase não há discussão crítica sobre esse fenômeno literário em rápido crescimento. Depois de explicar por que as histórias de seis palavras merecem o título de um gênero narrativo, ofereço uma breve discussão comparativa dessas histórias ao lado de formas literárias curtas tradicionais, como aforismos e provérbios. Discuto então sete características importantes das histórias de seis palavras. Os três primeiros compreendem o "núcleo duro" da poética do gênero, os dois seguintes são muito comuns entre histórias de seis palavras, mas não são uma parte essencial de sua poética, e os dois últimos estão relacionados à recepção e produção do gênero: (1) Uma cadeia de eventos representada (o elemento narrativo); (2) A ponta do princípio do iceberg; (3) a estrutura da linha de punção; (4) estruturas rítmicas e poéticas; (5) o realismo das histórias; (6) a "contagiosidade" da forma; e (7) a forte conexão do gênero com o inglês, o idioma em que foi introduzido pela primeira vez. Concluo apontando que, embora muitas histórias de seis palavras ilustrem realizações espirituosas e artísticas, também há o risco de que os praticantes do formulário produzam mecanicamente textos sem graça.
http://muse.jhu.edu/article/712868

Qual foi então o criador das histórias de seis palavras?
Alguns afirmam que foi Ernest Hemingway. Com sua agora famosa obra literária: For sale: baby shoes, never worn (À venda: sapatos de bebê, nunca usados), escrita num guardanapo, diz Penned. Mas é possivelmente uma história apócrifa.

Os geógrafos têm asas

A maioria dos seres humanos precisa de asas. Digo a maioria, pois os geógrafos já as têm. Pois com a Geografia conhecemos, como os pássaros, as relações e o espaço onde se encena a história da humanidade. Não sinto mais inveja dos pássaros, pois voo nas asas da Geografia.
~ Claudio Pereira

28 maio, 2020

Tristes "tigres"

Enquanto o Brasil discute uma forma de, finalmente, conseguir prover saneamento básico para toda a população, ressurge a memória de um capítulo não tão conhecido desse aspecto do país.
Durante o Brasil Império, o país era o maior território escravagista do Ocidente, com quase 5 milhões de africanos escravizados. Tal número representa cerca de 40% do total embarcado para as Américas.
Com a mão de obra escrava sendo utilizada em larga escala, foram os cativos apelidados de "tigres" os responsáveis pelo recolhimento e despejo da urina e fezes de muitos moradores das cidades durante cerca de 300 anos.
Nessa época, a maior parte das casas não contava com banheiros, água corrente ou algum outro tipo de instalação sanitária. Por isso, os moradores das antigas cidades faziam as necessidades em penicos e outros recipientes de metal ou porcelana.
Esses objetos ficavam sob as camas ou em armários até a manhã seguinte, quando eram esvaziados em grandes tonéis que comportavam todos os dejetos dos moradores da casa.
Parte do conteúdo, que continha ureia e amônia, vazava dos tonéis e deixava marcas brancas sobre a pele negra, parecidas com listras. Por essa reação química, as marcas se pareciam com as do animal — daí o apelido em tom pejorativo dos "tigres" ou "tigrados".
O cheiro dos tonéis, obviamente, não era agradável e fazia com que as pessoas não se aproximassem dos "tigres" enquanto os carregavam.


"A pele ficava listrada, com alternância de faixas pretas e outras descoloridas pela ação química dos dejetos. Por isso, esses escravos eram conhecidos como tigres", afirma o jornalista Laurentino Gomes, autor do livro "Escravidão", sobre o tema.

Ler mais:
Pereira, V. Quem eram os escravos 'tigres', marcantes na história do saneamento básico no Brasil, BBC News Brasil. Publicado em 30/11/2019. Acessado em 04/12/2019

Sem dizer água vai
Esta locução é antiga e sua explicação é conhecida. Ela é dos tempos em que não havia esgotos nas cidades. Os moradores lançavam normalmente a água usada pelas janelas, usando sempre o indispensável grito de alerta aos transeuntes: água vai!...
É compreensível a intolerância às pessoas que costumavam lançar seus dejetos à rua sem o costumeiro grito.
Com o sistema de esgotos, o velho costume desapareceu, mas a expressão sobreviveu com um significado bastante próximo do original.
Silva, PGCS. QUIMOEIROS, Preblog. Publicado em 06/03/2015

Rios de lixo

Apenas 10 rios transportam 95% de todo o plástico despejado pelos rios nos oceanos
Barato, durável e multifuncional, o plástico é uma das invenções mais bem-sucedidas da humanidade. Mas não é biodegradável, e isso está devastando o meio ambiente. Apenas 9% de todos os resíduos de plástico são reciclados e outros 12% incinerados. Significando dizer que quase 80%  se transforma em lixo sem meia-vida: condenado a uma eternidade como aterro sanitário, lixo ou lixo entupindo os oceanos.
A cada ano, o plástico mata cerca de 1 milhão de aves marinhas, 100.000 mamíferos marinhos e um número inestimável de peixes. Atualmente, o volume de lixo plástico nos oceanos do mundo é da ordem de 150 milhões de toneladas. Nada menos que oito milhões de toneladas são adicionadas a esse montante todos os anos - isso é um caminhão a cada minuto.
Os grandes rios são transportadores particularmente eficientes de resíduos de plástico para os oceanos, especialmente em países que não possuem uma infraestrutura de gerenciamento de resíduos adequada. Analisando detritos microplásticos nos oceanos, cientistas do Centro Helmholtz de Pesquisa Ambiental em Leipzig, na Alemanha, descobriram que 95% do plástico proveniente de rios tinham sido transportados por dez rios.
Quatro destes rios são exclusivamente na China: o Yangtze (foto), o Hai He, o Rio Amarelo e o Rio das Pérolas. Dois outros envolvem estreitamente a China: o Amur, que nasce na Rússia e deságua no mar de Okhotsk, com grande parte de seu curso na fronteira com a China (onde é chamado Heilong Jang), e o Mekong, que nasce na China e passa pelo Mianmar, Laos, Tailândia, Camboja e Vietnã a caminho do Mar do Sul da China.
Dois rios fluem pelo subcontinente indiano: o Indo, que nasce na China e atravessa a Índia, principalmente o Paquistão, terminando no Mar Arábico, e o Ganges, que flui através da Índia e Bangladesh, para a Baía de Bengala.
Os dois rios não asiáticos estão na África: o Nilo, com duas fontes na Etiópia (Nilo Azul) e Ruanda (Nilo Branco), passando por Uganda, Sudão do Sul, Sudão e Egito em direção ao Mediterrâneo, e o
Níger, que flui através do Mali, Níger, Benin e Nigéria para o Golfo da Guiné.
Nem todos esses rios são igualmente culpados. Como mostra o gráfico abaixo, o Yangtze é o principal culpado, ejetando cerca de 1,5 milhão de toneladas de plástico no mar da China Oriental. Isso é mais do que os outros nove rios juntos.
Se as tendências atuais continuarem, a quantidade de plástico despejado no oceano aumentará de um caminhão a cada minuto de hoje para um a cada 15 segundos em 2050, altura em que o descarte de plástico literalmente superará todos os peixes no oceano.


No entanto, como destacam os cientistas de Leipzig, são possíveis soluções rápidas. Concentrar os esforços de gerenciamento de resíduos apenas nesses 10 rios pode reduzir suignificamente a tendência da poluição do oceano por plásticos. Reduzir pela metade a descarga de resíduos de plástico pelos rios listados acima reduziria o fluxo global de plástico transportado pelos rios para os oceanos em nada menos que 45%.
Silver lining (forro de prata): limpá-los teria um enorme impacto positivo.

Jacobs, F. Just 10 streams carry 95% of all river-borne plastic into the ocean, Big Think. Tradução: PGCS
forro de prata, expressão usada para dizer a alguém que existe um lado positivo no problema que o mesmo está enfrentando. Segundo o Urban Dictionary, vem do fato de que todas as nuvens negras têm uma borda prateada.

27 maio, 2020

Provérbios ilustrados

DEUS DÁ O FRIO CONFORME O COBERTOR.

😰Os problemas que ocorrem a alguém são proporcionais à capacidade que cada um tem de resolvê-los/suportá-los.

O tempo voa - mas com que rapidez?

Muitos ficaram intrigados com a velocidade com que o tempo passa - e, em busca de uma definição concreta, alguns filósofos chegaram à conclusão de que ele flui a uma taxa de "um segundo por segundo" .
Nem todo mundo está totalmente feliz com essa explicação aparentemente simples. Tomemos, por exemplo, Bradford Skow (professor associado sem mandato no Instituto de Tecnologia de Massachusetts). O professor Skow nos lembra da afirmação de que "... nada pode acontecer a uma taxa de um segundo por segundo.” E explica: “O argumento para esta conclusão não faz suposições sobre em que consiste o fluxo de tempo. Aqui está o argumento: um segundo por segundo é um segundo dividido por um segundo e um segundo dividido por um segundo é o número um. Mas o número um não é uma taxa, então certamente não é a taxa com que qualquer coisa (o fluxo de tempo incluído) acontece."
O professor examina assim quatro premissas básicas:
(Premissa 1) Se o tempo passa, ele passa a uma taxa de 1 segundo por segundo.
(Premissa 2) 1 segundo por segundo é 1 segundo dividido por 1 segundo.
(Premissa 3) 1 segundo dividido por 1 segundo é 1.
(Premissa 4) O número 1 não é uma taxa.
Devido às complexidades inerentes ao assunto, talvez seja aconselhável que os interessados ​​na passagem do tempo leiam todo o artigo do professor sobre o assunto, a fim de tentar uma compreensão completa de suas sutilezas - uma frase simples, no entanto, se destaca.
"... um segundo por segundo não é um segundo dividido por um segundo."
Fonte: Improbable Research, postado por Martin Gardiner

O artigo estava programado para publicação (mas com que rapidez?) na revista "Philosophy and Phenomenological Research".

26 maio, 2020

Download de vinho

Com este tipo de conector, o USB Wine, o vinho flui diretamente da vinícola para você.



Como ninguém pensou nisso antes?

Arquivo: iChopp

A comunicação química no mundo animal (2)

Quando um cão encosta seu focinho na traseira de outro cão, o que ele faz é coletar uma grande quantidade de informações sobre o outro animal.
É como conversar usando a química.


- Conversa mais besta, sô!

A comunicação química no mundo animal (1)

25 maio, 2020

O dente do pecado

"... e o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós."
(Isaías 53: 6)
A Pietà, famosa escultura do italiano Michelangelo que se encontra na Basílica de São Pedro, em Roma, é repleta de simbolismos e significados ocultos, como vários dos trabalhos do artista italiano. Mesmo assim, nem os mais apaixonados por arte devem ter percebido a simbologia presente em um dos dentes de Cristo na obra. Na realidade, o detalhe, imperceptível para quase qualquer pessoa, mas intrigante assim que é descoberto, trata-se de um dente a mais na boca de Jesus, um quinto incisivo central, considerado o "dente do pecado" na época (século 15), mas chamado pelos dentistas atualmente de "mesiodens", o dente supranumerário mais comum. Mas por que Jesus Cristo teria um incisivo a mais?


Veja em https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2017/03/17/estudioso-descobre-dente-do-pecado-na-pieta-de-michelangelo.htm

Les 33 dents du Christ de La Pietà, Le blog de Syntax Error

Pedra, papel e tecnologia

Procurando uma alternativa ao papel comum? Papel de pedra pode ser a alternativa que você está procurando! 
crédito de imagem: Karst Stone Paper
Este papel é composto de rochas esmagadas, sendo à prova d'água, durável e mais ecológico. Sua produção envolve pouco ou nenhum alvejante e água, conforme detalhes do cnet.com:
O pó da rocha pode não parecer um ingrediente ideal para o papel, mas funciona. O papel de Karst é feito com cerca de 80% de carbonato de cálcio, o principal ingrediente do mármore e das rochas calcárias em geral. Um fornecedor de Taiwan, o Taiwan Lung Meng Advanced Composite Materials, pulveriza a rocha, funde-a com plástico, o que a mantém unida, e depois a comprime com rolos maciços até que fique fina como papel.
O papel em si parece um pouco mais suave do que o papel convencional, pois é feito de pequenas partículas e não de uma esteira mais áspera de fibras vegetais. Mas também é mais pegajoso, como o látex, e oferece uma maior resistência ao deslizamento das pontas das canetas sobre a superfície. E, como o papel de pedra é à prova d'água, a tinta úmida das canetas de feltro têm um problema.
A presença do plástico também é perceptível quando você tenta rasgar o papel: ele se estende primeiro.
(https://www.neatorama.com/2019/11/29/You-Can-Now-Write-On-Papers-Made-From-Rock/)

24 maio, 2020

Rochas ornamentais do Espírito Santo

Uma publicação muito interessante sobre as rochas ornamentais do ES. Parece-me que, nos últimos 20/30 anos, houve uma melhoria neste setor. Até então nunca se imaginava que haveria a possibilidade de um dia comprar placas de granito pelo preço de uma boa cerâmica. ~ Jaime Nogueira

ATLAS - Arquivo PDF

Sardou Filho, Ruben ... [et al.]
Atlas de Rochas Ornamentais do Estado do Espírito Santo
Brasília : CPRM, 2013
Escala 1:400.000 -  1 atlas (1 DVD)
358 páginas
ISBN 978-85-7499-189-4

Este atlas apresenta informações sobre as variedades de rochas ornamentais produzidas no estado do Espírito Santo e resulta do levantamento sistemático realizado junto às empresas mineradoras e beneficiadoras de rochas ornamentais instaladas no território capixaba no período de 2011-2013. Para tanto foram considerados materiais de minas ativas e inativas, tendo sido desenvolvido sob a égide do Projeto Geologia e Recursos Minerais do Estado do Espírito Santo.
O atlas é composto por sete capítulos: o primeiro apresenta informações sobre clima, relevo, hidrografia e vegetação, além de dados socioeconômicos do estado; o segundo faz uma abordagem elucidativa sobre os conceitos emitidos sobre rochas ornamentais e de revestimento, de sua nomenclatura usual no mercado e significado geológico; o terceiro capítulo faz uma associação entre os tipos de rochas controladas por fatores geológicos, tectônicos ou outros fatores atuantes e os distintos materiais ornamentais deles derivados; o quarto capítulo apresenta breve considerações sobre o contexto geológico e tectônico-estrutural da área abrangida pelo estado; o capítulo cinco discorre sobre as características geológicas dos sítios produtores e potenciais dos materiais compilados no atlas; o sexto capítulo apresenta a metodologia de lavra e beneficiamento de materiais pétreos ornamentais; o capítulo sete discute o cenário técnico-econômico brasileiro e mundial do setor de rochas ornamentais. Por fim é apresentado o catálogo de rochas ornamentais consolidado do estado do Espírito Santo, integrado por pranchas dos materiais cadastrados, contendo localização, elementos básicos de geologia, foto da ocorrência ou frente de lavra, imagem da superfície polida da rocha, e os resultados dos ensaios de caracterização tecnológica.

A uma bebida tão fina

DIA DO CAFÉ 24/05

EU NÃO TOMO CAFÉ PARA ACORDAR. EU ACORDO PARA TOMAR CAFÉ.

O BOCEJO É UM GRITO SILENCIOSO POR CAFÉ.

O CAFÉ TEM UM ALTO PODER DE CONVOCAÇÃO. A UMA BEBIDA TÃO FINA QUEM PODE DIZER NÃO?

AJUDE-ME, CAFEÍNA. VOCÊ É MINHA ÚNICA ESPERANÇA.

UMA XÍCARA DE CAFÉ PELA MANHÃ MANTÉM O TERAPEUTA À DISTÂNCIA.

EDUARDO DUSSEK:

"LEVANTA, ME SERVE O CAFÉ. QUE O MUNDO ACABOU."


Flávia NevesÀ distância ou a distância?
Flávia Neves,
Professora de Português
duvidas.dicio.com.br
Existe muita polêmica em torno do uso da crase nessa expressão adverbial. Os gramáticos mais tradicionalistas afirmam que não ocorre crase, dado a palavra distância não se encontrar determinada por um artigo, sendo a vogal a apenas uma preposição. Outros gramáticos, que dão ênfase ao uso da língua, defendem a ocorrência de crase, que atua como um elemento importante de clareza e desambiguação do discurso.
Diversas gramáticas e dicionários atestam o uso de ambas as expressões como corretas e sinônimas, sendo já utilizada a expressão à distância, com acento grave, em livros, jornais e outras publicações.

23 maio, 2020

Periscópio para uso pessoal


"Se eu vi mais longe é porque estava em ombros de gigantes."
Bernardo de Chartres

Se você já foi a um show a que não pôde assistir, porque uns caras altões estavam à sua frente, então um inventor pode ter encontrado a solução para este tipo de problema.
Dominic Wilcox criou os óculos "One Foot Taller", que são basicamente um par de óculos como um periscópio que permite você ver por cima das cabeças das pessoas à sua frente.
Ele criou os óculos usando uma lâmina de acrílico espelhado, com uma curva de 45 graus, para garantir que o espelho menor possa refletir o espelho maior, que fica voltado para fora, dando a quem esteja usando-os uma visão melhor.
Os óculos adicionam um pé (ou 30,5 cm) ao nível normal dos olhos do usuário - e eu, sinceramente, estou dividido entre saudá-lo como um gênio ou como um piadista, talvez como os dois que ele seja.
Que hora para estar vivo.

Inventor creates periscope glasses, Lad Bible

Crise cosmológica

Não sabemos se o universo é redondo ou plano
Viaje o suficiente no universo e você poderá voltar para onde começou. Medições do observatório espacial de Planck mostraram que o universo pode ter a forma de uma esfera e não de uma folha plana, o que mudaria quase tudo o que pensamos que sabemos sobre o cosmos.
O observatório Planck, que operou de 2009 a 2013, mapeou o fundo cósmico de microondas, um mar de luz que sobrava do big bang.
Um conjunto de observações mostrou que havia mais lentes gravitacionais - alongamento da luz devido à forma do espaço-tempo, que pode ser distorcida pela matéria pesada - do que o esperado. Alessandro Melchiorri, da Universidade Sapienza de Roma, e seus colegas calcularam que isso pode ocorrer porque a forma do universo é diferente daquilo que pensávamos.
Todos os outros dados cosmológicos sugerem que o universo é plano, o que significa que não tem curvatura, semelhante a uma folha de papel. Essas medidas de Planck indicam que ela pode ser "fechada" ou esférica, o que significaria que se você viajasse o suficiente em uma direção, acabaria voltando ao ponto em que começou. Isso ocorre porque a lente extra implica a presença de matéria escura extra, o que levaria o universo a uma esfera finita em vez de uma folha plana.
Segundo essas observações, o universo tem 41 vezes mais chances de ser fechado do que plano. "Esses são os dados cosmológicos mais precisos e estão nos dando uma imagem diferente", diz Melchiorri.
Se o universo estiver realmente fechado, isso pode ser um grande problema para a nossa compreensão do cosmos. Outro enigma cosmológico é que o universo próximo parece estar se expandindo mais rápido do que deveria. É difícil de explicar com nosso modelo padrão de cosmologia, que inclui um universo plano, e a equipe calculou que isso fica ainda mais difícil com um universo esférico, juntamente com algumas outras incompatibilidades cósmicas que ainda precisamos explicar. É tão ruim que eles estão chamando de "crise cosmológica".

Leia mais: http://www.newscientist.com/article/2222159-cosmological-crisis-we-dont-know-if-the-universe-is-round-or-flat/#ixzz66ZPiXsAJ, NewScientist
Referência científica : Nature Astronomy, DOI: 10.1038 / s41550-019-0906-9

N. do E.
O observatório Simons, atualmente em construção no Chile, poderá medir as lentes gravitacionais de maneira ainda mais precisa que o Planck, e deve nos dizer se realmente existe uma crise cosmológica.
E agora, terraplanistas? Além da Terra, talvez o próprio universo seja também redondo.

22 maio, 2020

Viva seu Zé Pelin!

O inventor do balão dirigível foi o conde alemão Ferdinand Adolf Heirinch von Zeppelin (1839 -1917). No dia 2 de julho de 1900, com um balão impulsionado por dois pequenos motores, o conde conseguiu sobrevoar o lago Constanza, na fronteira da Alemanha com a Suíça.
Por conta desse feito extraordinário na História da Aviação, os dirigíveis ficaram sendo chamados de zepelins, o mesmo nome do seu inventor.
O sucesso dos balões dirigíveis levou à fundação, na Alemanha, da primeira companhia aérea de transportes de cargas e de passageiros: a Deutsche Luftschiffahrts Aktein Gesellchaft.
Por apresentar uma posição geográfica privilegiada no Nordeste do Brasil, a cidade do Recife foi escolhida para abrigar a primeira base operacional dos dirigíveis "Zeppelin" e "Hindenburg". Para tanto, construiu-se em Jiquiá um Parque de Aerostação, com uma torre de atracação de 16 metros de altura. Era a primeira estação aeronáutica para dirigíveis da América do Sul e tinha uma função semelhante a dos faróis.
No dia 22 de maio de 1930 (há 90 anos), quando um desses dirigíveis chegou a Recife pela primeira vez, o fato teve tamanha relevância que Estácio Coimbra, governador de Pernambuco naquela época, decretou feriado estadual. E o dirigível terminou pousando no Campo dos Dirigíveis do Jiquiá.
O Graf Zeppelin realizou 63 viagens unindo o Recife à Europa. Em 1936, veio a ser substituído por outro dirigível, o Hindenburg. Este último realizou sete viagens ao Brasil, antes do acidente que o destruiu, em 1937, ao pousar em Lakehurst, no estado norte-americano de New Jersey.
Os zepelins faziam tanto sucesso que, em certa ocasião, Ascenso Ferreira escreveu um poema (trecho) sobre eles:
– Apontou!
– Parece uma baleia se movendo no mar!
– Parece um navio avoando nos ares!
– Credo, isso é invento do cão!
– Ó coisa bonita danada!
– Viva seu Zé Pelin!
– Vivôôô!
Deutschland über alles! Chopp! Chopp! Chopp!
– Atracou!
Fontes
Vainsencher, SA. Zepelin. In: Fundação Joaquim Nabuco [http://basilio.fundaj.gov.br]. Acessado em 14/10/2018
Silva, LD. Chegada do Graf Zeppelin ao Recife completa 85 anos. In: Diário de Pernambuco [http://www.diariodepernambuco.com.br]. Publicado em 19/05/2015. Acessado em 14/10/2018.

Dia do Abraço, 2020

Você precisa ter a paciência de um santo para dar um abraço no Echinopsis. As flores deste cacto desabrocham no meio da noite e murcham uma ou duas horas depois.

"Gimme a hug, bro."
V. timelapse. http://www.kuriositas.com/2018/12/freaky-flowers-echinopsis-cacti-in-bloom.html

Em tempos de pandemia:
http://twitter.com/Amarulacarvalho/status/1261819194536050688?s=20

21 maio, 2020

A cabeça de Demorgon

Ao microscópio, o novo coronavírus parece um mangual, a bola metálica com pontas agudas usada como arma durante a Idade Média. Mas, dando zoom numa destas espículas do vírus, (1) a imagem é ainda mais horripilante. (2) No laboratório do bioquímico norte-americano Greg Bowman, os cientistas se referem a esta proteína protuberante como "o Demogorgon", (3) o monstro da série Stranger Things: uma criatura com corpo humanoide e a cabeça como uma planta carnívora que devora a sua presa.
Fonte:ccu cgg cgg gca: as doze letras que mudaram o mundo, El País

Flor-de-abril

Quando estive de passagem por Martins-RN, uma árvore no Hotel Chalé Lagoa dos Ingás me chamou a atenção. Não tinha visto nenhuma outra parecida com ela, até então, principalmente no aspecto bastante incomum de seus frutos.
Muitos frutos encontravam-se caídos no chão. Peguei um deles: parecia um pequeno coco, tinha uma casca entre o verde e o amarelo, muito rígida, e umas estrias que lembravam soldaduras.
No Lagoa dos Ingás, além da estrutura para a prática do arvorismo, há placas indicativas dos nomes das árvores. Mas aquela não tinha. Então, recorri aos possíveis conhecimentos botânicos de um funcionário do hotel.
Manuseando o exemplar apresentado, ele negou se tratar de um fruto. Por ser de uma árvore que apenas produzia umas flores brancas, conhecida como "flor-de-abril".
Estávamos em novembro. Se não era fruto tampouco era flor. E existe árvore que tem floração e depois não se carrega de frutos?
Foi o que tentei explicar a ele, aparentemente sem convencer.
De qualquer maneira, ele estava correto quanto ao nome que me forneceu. Como pude verificar em uma pesquisa que fiz no gigante de buscas da internet após a minha viagem.
ALTO OESTE POTIGUAR
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Flor-de-abril
Originária da Índia e cultivada no Brasil, a árvore flor-de-abril (Dillenia indica) é também conhecida pelos nomes dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e como maçã-de-elefante, em países de língua inglesa. Trata-se de uma árvore que alcança até 40 metros de altura, formando uma copa muito abundante de forma piramidal. Suas folhas são verde-claras, com nervuras bem marcadas e medem de 15 a 20 centímetros de comprimento. As flores são solitárias, brancas e se parecem muito com as flores da magnólia-branca. Já os frutos têm formato globoso, alcançando até 20 centímetros de diâmetro, envoltos por gomos carnosos (como se fossem calotas) com cinco sementes. O florescimento da flor-de-abril ocorre de janeiro a outubro e a frutificação de abril a agosto.
Uma curiosidade a respeito desta árvore é que ela teria sido trazida para o Brasil por ordem de D. João VI e tornou-se costume as pessoas encaixarem moedas sob as calotas dos frutos da dilênia - teria vindo daí o nome popular "árvore-do-dinheiro".
Na Índia, os povos tribais de Orissa costumam plantá-las nos quintais para diversas finalidades. As folhas são usadas como lixa para polir madeira e também como copos ou pratos. A madeira é considerada muito boa para lenha. Além disso, por ser dura, resistente e de grande durabilidade, é utilizada em construção naval, rodas hidráulicas, obras imersas em água e carpintaria em geral. Os frutos verdes são cozidos para o preparo de picles. Os gomos, que são espessos, carnosos e côncavos, produzem um suco perfumado, ácido e agradável, que na Índia é usado como tempero e no preparo de bebidas refrigerantes, além de ser recomendado para a fabricação de xarope contra as anginas.
No Panamá, o fruto maduro é comido cru ou cozido e serve ainda para o preparo de doces. Já no Brasil, eles são considerados inconvenientes, sendo aproveitadas somente as folhas e as flores para ornamentação.
Fonte

20 maio, 2020

Invicto é invencível

Do latim INVICTUS, "o que não foi vencido", de IN, negativo, mais VICTUS, "vencido", particípio passado de VINCERE, "vencer, conquistar".
[https://origemdapalavra.com.br/palavras/invicto/]

O prefixo IN - geralmente indica negação, como em "incondicional", "inapetente" e "incomum". No entanto, em algumas palavras, o prefixo pode ter outro significado, como em "inflamável" e "inato", que são bons exemplos. "Inflamável", de IN FLAMMA, veio a significar "em chamas" e "inato", do latim INNATUS, o particípio passado de INNASCI, que significa "nascer", veio a significar "nascido com a pessoa". "Invicto" é seguramente uma palavra com etimologia similar que equivale a "nunca derrotado", "sempre vitorioso".
[https://sexilexia.wordpress.com/category/etimologia/]

No Brasil, "invicto" é também "invencível". Estão aí algumas marcas de produtos que não me deixam mentir: INVICTO, de sabão líquido, em pó e amaciante; INVICTUS, de perfume; e INVICTA, de relógio.
(post não patrocinado)

Pensamento do dia
A vitória tem muitos pais, mas a derrota é órfã.

"Navegar é preciso, viver ..."

No século I a.C., o general romano Pompeu encorajou a receosa tripulação de um navio com esta frase: "Navigare necesse, vivere non est necesse".
Quinze séculos após, substituindo "necessário" por "preciso", o poeta italiano Petrarca transformou a frase de Pompeu em "Navegar é preciso, viver não é preciso".
"Quero para mim o espírito dessa frase", escreveu depois Fernando Pessoa, confinando o seu sentido de vida à criação.
E, cantando a coragem navegante, Caetano Veloso compôs "Os Argonautas". Um fado brasileiro cujo final inacabado ("Navegar é preciso, viver …") lançou uma interrogação.
Navegar é preciso?
http://blogdopg.blogspot.com/2008/11/navegar-preciso-viver-no.html



Sim! Navegar é uma viagem exata. Fazia-se com bússolas e astrolábios. Hoje, faz-se com satélites, GPS e www’s.
Viver não é preciso?
Não! É uma viagem feita de opções, medos, forças, inseguranças, persistências, constâncias e transições…
Mais de 2000 mil anos depois, interrogamo-nos:
Viver não é preciso?
Não, quando navegar é sonhar, ousar, planejar, arriscar, empreender, realizar…
Porque aí, navegar é viver!
Bem-vindo navegador!
A Universidade de Coimbra será sua companheira de navegação.
Neste momento de embarque, apresentamos-lhe uma página que o vai guiar numa viagem segura e aliciante. Parta à descoberta de uma experiência acadêmica sem igual... Porque viver é acima de tudo im[preciso].
http://www.uc.pt/navegar/ UNIVERSIDADE DE COIMBRA © 2018

19 maio, 2020

Legal, muito legal







A fotografia ao lado mostra uma zebra sendo sugada por um buraco negro.
Cool, very cool. Merecia ter sido uma "Imagem do Dia" da NASA.

Ver todas...

Tributo ao cavalo


Esta foto, tirada por oficiais do Auxiliary Remount Dept No. 326 (Departamento de Remontagem Auxiliar No. 326) em Camp Cody, Novo México, em 1915, mostra 650 soldados em pé numa formação que se assemelha perfeitamente a uma cabeça de cavalo, pescoço e uma tira nasal (banda  que circunda o nariz e a mandíbula).
A foto presta homenagem aos 8 milhões de cavalos que morreram (*) durante a Primeira Guerra Mundial. Eles foram usados ​​para ajudar a levar comida, água, munição e suprimentos médicos para os homens na frente de batalha.

Incredible tribute to the 8 MILLION hero horses killed in First World War, EXPRESS

(*) Morreram lutando numa guerra que não era deles. N. do E.

Leitura complementar
Freio na boca do cavalo serve para quê?, Portal Veganismo

18 maio, 2020

Disfarce hilário

Dois nadadores franceses inventaram um disfarce hilário para desafiar as regras do lockdown em Hyères, França.
Usando toucas simulando boias, com apenas uma fenda para permitir a visão, a dupla foi nadar no Mediterrâneo.
Súbito, um apito estridente é ouvido. Eles tinham sido descobertos pela polícia francesa que vigiava aquelas águas.
Arranca a touca da cabeça, Pierrot...
Um consegue escapar. Mas o outro, de nome Pierrot, foi capturado e recebeu uma multa de 135 euros.
- DailyMail, 12/05/2020

O segredo que os figos escondem (2)

24/03/2016 - O segredo que os figos escondem (1)

Entre as características botânicas, é importante destacar que o figo (da Ficus carica, a figueira-comum) não é um fruto, mas uma infrutescência. Os frutos verdadeiros (originados do ovário) são comumente confundidos com sementes.
A polinização ocorre graças à ação de uma vespa específica (Blastophaga psenes), que penetra pelo ostíolo e carrega o pólen para as flores femininas.
Para entender o processo, é preciso saber que existem dois tipos de figos: o masculino e o feminino (e o masculino não é consumido pelos seres humanos, ele serve apenas para fornecer o pólen).
Para procriar, a vespa do figo fêmea precisa adentrar um figo masculino – já que este possui um formato ideal para acomodar o inseto e seus ovos. Assim que adentra o figo, a vespa perde as asas e as antenas, pois o buraco para a entrada do inseto é muito pequeno e apertado.
Uma vez lá dentro, a vespa coloca seus ovos e, por não ter mais asas nem antenas, acaba morrendo.
Então, os ovos se desenvolvem e as novas vespas começam a eclodir:
Primeiro, nascem as vespas machos – que nascem sem asas, pois sua única função é acasalar com as vespas fêmeas ainda dentro da "fruta" e cavar um túnel para que as fêmeas possam sair.
As fêmeas após o acasalamento, saem do figo, pelos túneis criados pelos machos, carregando o pólen das flores do figo macho, procurando por outro figo para seguir o ciclo e, consequentemente, polinizam as figueiras fêmeas.
Como essa relação beneficia tanto a vespa quanto à figueira (em relação à propagação), recebe o nome de mutualismo.
As condições climáticas do Brasil são inadequadas à vespa e, por isso, ela não é aqui encontrada. Os figos que ocorrem no Brasil são da subespécie Ficus carica hortensis, que produzem frutos por partenocarpia e não por fecundação, já que não há a vespinha para polinizar.
Fontes
[http://www.ufrgs.br/alimentus1/feira/mpfruta/figo/t%20cabot.htm]
[http://saberhortifruti.com.br/figo/]

17 maio, 2020

O alinhamento geral dos planetas

Não se afobe não, que não é pra já (parafraseando o Chico). O tempo necessário para o alinhamento dos oito planetas do Sistema Solar é grande demais para vir a acontecer algum dia.
Leiam isto que está no site Sky and Telescope:
Mercúrio, o planeta mais rápido, ultrapassa Vênus a cada 0,396 anos, permanecendo dentro de um arco de 3,6° por 0,004 de ano cada vez. A cada passagem, a chance de que a Terra esteja também dentro deste arco de 3,6° é 1 em 100. Então, na média, os três planetas internos se alinham a cada 39,6 anos. As chances de que Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno estarão todos dentro deste arco junto com eles é de 1 em 100 elevada à quinta potência. Então, em média, os oito planetas se alinham a cada 396 bilhões de anos. Se você quiser ser ainda mais preciso exigindo que os planetas estejam dentro de um raio de 1° entre eles, este tempo cresceria para uma vez a cada 13,4 trilhões de anos.
Antes disto, o sol vai se tornar uma gigante vermelha, perder boa parte de sua massa, engolir Mercúrio e Vênus e permitir que o resto dos planetas se desloque para outras órbitas.

Linha dos alinhamentos no blog EM
[1] [2] [3] [4] [5] [6]

Novíssimo conceito de montanha-russa

Uma montanha-russa com veículos oscilantes que permite a realização de movimentos nunca antes experimentados. Apelidada de "Ace" (Eixo), este protótipo está sendo testado (desde 10/11/2019) por seu fabricante em Logan, Utah, nos Estados Unidos.



Comentário
"Eu acredito que, em algum momento do futuro, vocês serão capazes de criar uma saída de incêndio perfeita para edifícios altos."

A invenção da montanha-russa
Novos conceitos de montanha-russa
Eutanásia-russa

16 maio, 2020

O termo "lockdown"

Com a epidemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), mais uma palavra foi incorporada ao nosso vocabulário: "lockdown".
A palavra vem do inglês antigo, da união das palavras "loc" e "doun". Até 1975, o termo definia o ato de manter prisioneiros em suas celas (após uma rebelião, por exemplo), mas hoje ele também indica diferentes protocolos de isolamento de pessoas em diversas situações para evitar algum perigo ou malefício.
A tradução literal da expressão para o português é confinamento ou bloqueio. Na atual conjuntura, ela vem sendo usada para denominar a estratégia de fechar uma região para interditar vias e proibir deslocamentos e viagens não essenciais.
É uma das medidas mais extremas para conter a proliferação do novo coronavírus e evitar o colapso do sistema de saúde.

"lockdown pounds", o peso indesejado ganho durante um confinamento, resultante de comer demais e da falta de exercício.





é muito embaraçoso:
você fica em casa
e nem assim consegue
achatar suas curvas

A história por trás da mais conhecida imagem de Einstein


Esta fotografia, que se tornou uma das mais famosas de Albert Einstein, foi tirada em 14 de março de 1951, enquanto o físico ganhador do Prêmio Nobel estava saindo de um evento em homenagem a seu aniversário de 72 anos em Princeton, Nova Jersey. Alguns repórteres seguiram Einstein na saída, tentando tirar uma boa foto. Artur Sasse, o homem por trás da famosa imagem, esperou até a maioria deles se dispersar, depois caminhou até o carro esperando o cientista e sua equipe e disse: "Sim, professor, sorria para sua foto de aniversário, Ya?". Em vez de sorrir, Einstein estendeu a língua. Ele não achava que Sasse seria rápido o suficiente para capturar o momento.
Alguns dos editores relutaram em publicar a foto, mas ela acabou sendo aprovada e passou a fazer história. Einstein já tinha reputação de ser um pouco bizarro, e a imagem divertida estabeleceu ainda mais na opinião pública como um professor aloprado e encantador. O próprio Einstein gostou tanto da imagem que solicitou à UPI que lhe enviasse 9 cópias para uso pessoal, uma das quais assinou para um repórter. Em 2009, a cópia original assinada foi vendida em leilão por US $ 74.324.

TudoPorEmail

Ver também: Einstones

15 maio, 2020

Pandemic (Brasil, 2020)

A história do "RMS Brazil" que naufragou no Oceano Pandêmico após colidir com o iceberg SARS-CoV-2.
Uma paródia do fime "Titanic" por Henrique Acquaviva.
Com criatividade, o youtuber criou este vídeo de 4:40 minutos a partir de cenas recortadas do filme. Em "Pandemic", tanto os (involuntários) personagens quanto os trágicos fatos se situam no Brasil atual.



Grato à filha Natália que me enviou o divertido vídeo. Espero vê-la brevemente em Belém - com Renan, o filho que nascerá (meu segundo neto).

A despedida - António Correia de Oliveira

Há quase 50 anos, numa aula de Português, tive um dos primeiros sucessos como comunicador. Um dia, a professora (figura muito alta, austera, antipática, e sempre sarcástica, a quem chamávamos, entre nós, "o escadote") informou-nos de que, na aula seguinte, teríamos de falar para toda a turma durante um a dois minutos sobre um tema à nossa escolha, coisa rara para a época, uma vez que quem falava sempre era o professor.Embora tivesse medo da senhora, escolhi, como estratégia de sobrevivência, um poema do manual ("A despedida", de António Correia de Oliveira) e, depois de um treino intensivo diante do espelho do guarda-fatos, memorizei-o.
No dia da provação, enchi os pulmões e recitei o texto (uma declaração de amor), tendo como destinatário secreto a Maria Alfredo, uma colega de turma com sardas lindas por quem estava perdido de amores. E correu bem, não fizesse o amor milagres! A professora saiu-se com algo do tipo: "Quem havia de dizer! Uma mosca morta que fez alguma coisa de jeito!" Descontei a metáfora da "mosca morta" e fui-me sentar satisfeito.
Perdi "A despedida" de vista e, nos últimos 20 anos, fiz várias tentativas para a reencontrar, sobretudo na internet, pois mantive na memória a maior parte do texto.
Ontem, lembrei-me de voltar às pesquisas e, com surpresa, encontrei-o no Instagram de vistosa atriz brasileira (Isis Valverde, na imagem acima apresentada), que não conhecia. A jovem transcreve o poema da minha infância/juventude, mas não identifica o autor, o que levou os leitores a atribuir-lhe a autoria...
Seja como for, o importante é que posso partilhar um das mais bonitos e simples poemas de amor que conheço.
Prof. António Pereira, Brejos de Azeitão, PT
Blog Língua Portuguesa

A Despedida

Três modos de despedida
Tem o meu bem para mim:
«Até logo», «até à vista»
Ou «adeus» – É sempre assim.

«Adeus» é lindo, mas triste;
«Adeus» … A Deus entregamos
Nossos destinos: partimos,
Mal sabendo se voltamos.

«Até logo» é já mais doce;
Tem distância e ausência, é certo;
Mas não é nem ano e dia,
Nem tão-pouco algum deserto.

Vale mais «até à vista»,
Do que «até logo» ou «adeus»;
«À vista» lembra voltando,
Meus olhos fitos nos teus.

Três modos de despedida
Tem, assim, o meu Amor;
Antes não tivesse tantos!
Nem um só… Fora melhor.

António Correia de Oliveira (1879-1960):
Com extensa obra publicada, tornou-se um dos poetas do Estado Novo, com elevado número de textos escolhidos para os livros únicos de língua portuguesa do ensino primário e secundário.
Foi nomeado para o Prêmio Nobel da Literatura, pela primeira vez em 1933, tendo sido nomeado num total de quinze vezes em nove anos.

+ Despedidas

14 maio, 2020

Haverá mudanças?

Fernando Gurgel Filho
Em uma entrevista para O Estado de SP, à pergunta "Há muita expectativa sobre o que está por vir – do ponto de vista emocional, o que mudará na humanidade depois da pandemia: a solidariedade será maior? Haverá mais transcendentalismo ou materialismo?", Mia Couto respondeu: "Não sou muito otimista em relação a uma mudança total. Não iremos despertar amanhã, no final desse surto epidêmico, com uma mentalidade coletiva nova. Tenho dúvidas das mudanças que se alcançam por via do medo. Gostaria, no entanto, de acreditar que haverá lições importantes: por exemplo, uma percepção mais clara da importância do Estado, dos sistemas públicos de saúde e de educação, do ideal da cooperação solidária em vez da competição e da exclusão." 
Por coincidência, outro dia, estava justamente escrevendo algo sobre isto. Sobre o que mudará. E o que escrevi parece que está dentro da linha de pensamento do Mia Couto.
Tenho uma amiga que sempre repete: "Sobreviventes são perigosos porque sabem que podem sobreviver".
E, na solidão do isolamento social, comecei a pensar nesta frase, a partir de outra que as pessoas divulgam quase todos os dias: "O mundo depois da pandemia nunca mais será o mesmo". Querendo dizer, com isto, que a humanidade mudará radicalmente. E, da forma como anunciam isto, tende a mudar para melhor. O que a frase de início nos deixa em dúvidas quanto a esta mudança para melhor.
Ora, sabemos que o mundo não muda, assim, do dia pra noite. Pode ter mudado muito, depois do cataclismo da dimensão do que destruiu os dinossauros e quase toda a vida na superfície do planeta. Mas não existe nenhuma comprovação científica de que o que ficou, principalmente vidas, tenha sido melhor para o planeta do que o que foi destruído.
Aconteceram mudanças importantes depois das Grandes Guerras? Aconteceram mudanças importantes depois das grandes pandemias: peste negra, gripe espanhola...? Talvez. Algumas instituições, algumas formas de organização do Estado começaram a ser questionadas, mas, na minha opinião, o ser humano, em sua unicidade e, por consequência, em sua totalidade, não parece ter mudado muito, não.
E os sobreviventes, muitos dos quais, fortes o suficiente para sobreviver a uma tragédia, não parecem ter sido "escolhidos" por serem mais solidários, humanistas ou fraternos, do que os outros. Foram apenas por uma questão de melhor adaptabilidade às novas condições. Mas a essência do ser humano não mudou. Seus hábitos, sua luta pela sobrevivência, suas crenças, sua organização social... Nada disso mudou.
Não para melhor. Pelo menos, não a curto prazo. E somente aconteceram mudanças importantes no mundo, na sociedade, com muita luta dos que sobreviveram e que já tinham, antes da tragédia, outra perspectiva de vida para o mundo.
Enfim, uma pandemia, por si só, não quer dizer que a sociedade, a humanidade, vá melhorar. Muito pelo contrário. Infelizmente. Mesmo que a maioria dos seres humanos sofra muito com a doença e o isolamento social.

Eu sou uma cientista louca


A ilustração acima (legendada para o português) não faz parte do artigo proximal.

por Kate Marvel * - Driled News
Já ouvi isso algumas vezes, de um jornalista, um amigo da família, um vizinho: você deve estar feliz com tudo isso. A implicação é que, como sou cientista do clima, devo estar empolgada com esse período de atividade econômica reduzida e emissões de efeito estufa. A Terra está se curando, eles dizem. A natureza está voltando. Por que eu não ficaria feliz com isso?
Amigos, definitivamente não estou feliz. Eu nem estou triste. O que estou, mais do que tudo, é zangada.
Estou com raiva da própria idéia de que possa haver um lado positivo nisso tudo. Não há. O dióxido de carbono tem uma vida tão longa na atmosfera que uma pequena redução nas emissões não será páreo para o aumento esmagador que ele vem apresentando desde o início da Revolução Industrial. Todo esse sofrimento não tornará o planeta mais frio. Se a qualidade do ar está melhor agora, se menos pessoas morrem por inalar poluição, esse não é um desenvolvimento bem-vindo, mas sim uma acusação de como as coisas estavam antes.
Estou com raiva dos políticos por criarem esse status quo. Estou com raiva por terem ignorado os cientistas e colocado suas próprias carreiras ou bolsos à frente da sobrevivência de seus cidadãos. É irritante ver a ignorância deliberada e cínica: atacar modelos (como se existisse alguma ciência não construída sobre modelos, simples ou complexos) e armar incertezas. Um modelo epidemiológico, como um modelo do sistema climático, é uma maneira de explorar diferentes futuros e os impactos de diferentes escolhas. É uma ferramenta, não uma bola de cristal. Mas o cerne de todos os modelos úteis reside em algo verdadeiro: os fatos inevitáveis ​​de que massa e energia são conservadas, de que um gás de efeito estufa retém o calor e de que um vírus pode transformar uma célula hospedeira em uma fábrica para autorreplicação. Desinformação, rumores e ódio podem se tornar virais, mas nada é melhor para se espalhar do que o próprio vírus.
Também estou zangada com os cientistas, ou pelo menos com as instituições que os empregam. Estou com raiva de uma cultura da precariedade e do medo que torna os cientistas tímidos, obedientes e relutantes em falar a verdade ao poder. Fico com raiva porque falar a verdade a alguém, poderoso ou não, é desencorajado, a menos que resulte em uma publicação, concessão ou outra recompensa que aumenta o currículo. Como os cientistas podem ser ouvidos se estamos com muito medo de levantar a voz?
Mas, mais do que qualquer outra coisa, estou com raiva da implicação de que "nós" somos culpados. Há uma narrativa ruim, mas persistente, de que as mudanças climáticas e as pandemias são causadas não por gases e vírus do efeito estufa, mas pela natureza humana. Somos ávidos por comida, abrigo, aventura, autorrealização, contato humano e - diz essa narrativa - devemos ser punidos por nossos pecados. Mas a situação atual - morte, pobreza, solidão - é um plano ineficaz para soluções climáticas. Nunca seríamos capazes de sacrificar nosso caminho para sair da mudança climática, especialmente não sendo nas costas das pessoas que historicamente fizeram a maior parte do sacrifício. Existe um sistema entrincheirado que extrai o CO2 do solo e o bombeia para a atmosfera, que resulta não da maldade humana inerente, mas das escolhas de alguns humanos com poder. Precisamos construir coisas: turbinas eólicas, painéis solares, transporte público, cidades planejadas, sociedades mais justas. Nós não precisamos de purificação. Não precisamos de absolvição. Nós precisamos trabalhar.
Eu tenho medo de me deixar sentir raiva, porque sou cientista. Devemos ser objetivos, impedir que as emoções nublem nosso julgamento. Mas me parece pouco científico fingir que algo que existe claramente não existe, e não tenho certeza de que mentir sobre nossos sentimentos de alguma forma nos torne mais honestos. Eu li muita literatura britânica para acreditar que reprimir emoções levará a um resultado saudável para qualquer pessoa.
Também relutei em ficar brava publicamente por causa de quem eu sou. Eu quero ser apreciada e aceita. Aprendi a me tornar pequena e agradável, a usar "eu sinto" em vez de "eu sei", mesmo quando discuto soluções para equações matemáticas. Eu conheço o léxico para mulheres zangadas: amarga, difícil, vadia. Mas há uma diferença entre o ressentimento pequeno e insular que brilha no escuro e o tipo de fúria iluminadora que ilumina o caminho para fora do túnel.
Essa é a fúria que sinto. É essa raiva incandescente, brilhando como um farol nos tempos sombrios, iluminando o caminho para algo melhor.
* Kate Marvel é uma cientista climática do Instituto Goddard da NASA de Estudos Espaciais e da Universidade de Columbia. Tradução PGCS

14 de maio: Dia Internacional do Clima

13 maio, 2020

O último tricô

Quando o tricô se torna uma obsessão...



Moral da história: Nunca tricotar à beira de um precipício.

Slideshow TRICOTANDO e CROCHETANDO

A abolição da escravatura no Brasil


O processo de abolição da escravatura no Brasil foi gradual e começou com a Lei Eusébio de Queirós, de 1850, seguida pela Lei do Ventre Livre, de 1871, a Lei dos Sexagenários, de 1885, e finalizada pela Lei Áurea, em 1888.
Oficialmente, Lei Imperial n.º 3.353, ao ser sancionada em 13 de maio de 1888 pela Princesa Regente Isabel de Bragança, foi a Lei Áurea o diploma legal que extinguiu a escravidão no Brasil.
Dizia:
Art. 1.º: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.
Art. 2.º: Revogam-se as disposições em contrário.
https://blogdopg.blogspot.com/2018/05/a-lei-e-pena.html

A Lei Áurea foi assinada pela princesa Isabel, filha do imperador Dom Pedro II, em 13 de maio de 1888. Muito se discute sobre o real papel de Isabel na abolição da escravatura. Ela é vista por uns como uma heroína, que enfrentou oligarquias e assinou a nova lei. Outros dizem que a princesa apenas oficializou uma demanda da sociedade e que nada foi feito em seguida pela inclusão dos negros.
Conheça as histórias de seis brasileiros protagonistas da luta pelo fim da escravidão.


Um tema dominou os debates no Senado do Império no dia 12 de maio de 1888, véspera da Lei Áurea, há 131 anos: que preço político Dom Pedro II e a filha, Princesa Isabel, regente do trono, teriam de pagar pela abolição da escravatura. @laurentinogomes
 Este thread de Laurentino exemplifica as duas visões opostas:
Paulino de Souza, fluminense de Itaboraí, acreditava que a Lei Áurea seria a pá de cal no império. Acusava Pedro II e Isabel de se deixarem seduzir por uma ideia populista (a abolição) e que o preço a pagar seria perder a coroa. O que de fato aconteceria dezoito meses depois.
"A história e a experiência atestam que todas as vezes que a realeza, por amor da popularidade, sentimentalismo, ou cálculo político, acorda-se com propaganda popular, pode-se contar que está fatalmente derrocada. E com ela sacrificadas as classes interessadas em sua manutenção."
Coube ao baiano Souza Dantas, abolicionista e ex-ministro, responder à ameaça de Paulino de Souza, dizendo que, ao contrário, valeria a pena ao imperador Pedro II e à Princesa Isabel acabar com a escravidão no Brasil, mesmo que o preço a pagar fosse a queda da monarquia:
"Mais vale vale cingir a coroa por algumas horas, com a imensa fortuna de colaborar com uma lei que tira da escravidão a tantas criaturas humanas, do que possuir essa coroa por longos e dilatados anos, com a condição de conservar e sustentar a maldita instituição do cativeiro."

12 maio, 2020

Covid-19 na Escandinávia

A cidade sueca de Lund espalhou fezes de galinha nos gramados de seu principal parque, em uma tentativa de evitar aglomerações - e assim conter o avanço do novo coronavírus.
Em tempos normais, Lund atrairia dezenas de milhares de visitantes em sua festa anual de Santa Valburga, tradicionalmente comemorada em países escandinavos.
Neste ano, porém, autoridades locais quiseram evitar festividades por conta da pandemia.
"Lund pode muito bem virar um epicentro de avanço do coronavírus", disse, ainda em abril, Gustav Lundblad, presidente do comitê ambiental local. Com as fezes de galinha nos gramados, "temos a chance de fertilizar a grama e ao mesmo tempo deixá-la fedida, de modo que não seja agradável sentar-se ali para tomar uma cerveja", acrescentou.
A Suécia tem tido uma abordagem incomum — e também polêmica - no enfrentamento da pandemia. Ao contrário da maior parte da Europa e da Escandinávia (Dinamarca, Noruega, Suécia e, num sentido mais amplo, Finlândia, Ilhas Faroé e Islândia), o país não impôs uma quarentena severa.
Isso levou alguns cientistas suecos a tecerem fortes críticas ao governo, acusando-o de ser leniente com a vida dos cidadãos e cobrando uma quarentena mais rigorosa inclusive um lockdown.

Dinamarca ⍈ 10.591 casos (1.828/1M) e 533 óbitos (92/1M)
Noruega ⍈ 8.132 casos (1.500/1M) e 224 óbitos (41/1M)
Suécia ⍈ 26.670 casos (3.256/1M) e 2.641 óbitos (322/1M)
Finlândia ⍈ 6.003 casos (1.083/1M) e 271 óbitos (49/1M)
Islândia ⍈ 1.801 casos (5.278/1M) e 10 óbitos (29/1M)
Fonte: worldometers.info/coronavirus
12/05/2020 9:40

Não é meu problema

Uma vez eu perguntei a um técnico em eliminação de explosivos sobre o estresse de desativar uma bomba.
Ele deu de ombros e respondeu:
"Nenhum. Ou estou fazendo certo  ou, de repente, não é mais um problema meu. Tento ver a coisa sob esta perspectiva."

Em inglês, o caminho da paz interior começa com três palavras: NOT MY MONKEYS.

¯\_(' ! ')_/¯
(este é Shrug que só sabe dar de ombros)

Shrug na vida real :1 e 2

11 maio, 2020

Nuvem redonda

Em dezembro de 2016, alguém fotografou esta nuvem pairando sobre a cidade de Fujisawa, ao sul de Tóquio.


PEZ versus Z3d

Foi descoberto um poderoso placebo para a Covid-19. É o Z3d.
O Dr. Eduard Haas III inventou o PEZ (precursor do Z3d) em 1927, em Viena, Áustria. O ingrediente principal é a hortelã-pimenta, que é "pfeffermintz" em alemão. Haas pegou o "P", o "E" e o "Z" da palavra alemã para obter PEZ, o nome do docinho.


PEZ quando é vista de cabeça para baixo no quarto dos filhos, às vezes é confundida com alguma droga.

Mãe: Encontrei esta pílula Z3d no quarto do Junior. O Google não traz nada sobre isto!
Pai: Isto é PEZ, mulher!

A historia de PEZ

10 maio, 2020

Eleanor Rigby

Todas as pessoas solitárias
De onde elas todas vêm?
Todas as pessoas solitárias
De onde elas todas são?



Imortalizada em uma música dos Beatles, originalmente em "Revolver", álbum de 1966, Eleanor Rigby foi enterrada em um cemitério em Liverpool, não por coincidência o berço dos "garotos" John Lennon e Paul McCartney.
A canção também entrou como o Lado B de "Yellow Submarine", em 1966.
Quanto ao nome dado à canção, de acordo com Paul, foi um que ele escolheu aleatoriamente. Não por coincidência (talvez fruto do subconsciente). Descobriu-se que "Eleanor Rigby" estava escrito em uma lápide no cemitério por onde ele, o autor da letra, e John cortavam caminho.
Fonte: http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/tumulo-de-eleanor-rigby-sera-leiloado-no-reino-unido/

Poderá também gostar de ver:
A história da canção "Lucy in the sky with diamonds".

Dona Elzita

Uma saga de 45 anos que envolve pistas falsas no Brasil e no exterior, visitas a quartéis, cemitérios e manicômio judicial, interpelações a torturadores, súplicas a autoridades da República e pedidos de ajuda a organizações internacionais.
A história de Elzita Ramos de Oliveira Santa Cruz, que carregou como bandeira e razão de vida uma pergunta sem resposta, que repetiu enquanto teve voz, sobre o paradeiro do seu filho Fernando.
Ela morreu no ano passado, aos 105 anos, sem conseguir enterrar Fernando Santa Cruz, desaparecido em fevereiro de 1974, após ser preso por órgãos de repressão da ditadura militar, em uma esquina de Copacana, no Rio de Janeiro.
Fernando foi vítima de "morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro".
Dona Elzita costumava recitar uma poesia que, dizia ela, aprendeu quando criança. Familiares, no entanto, confirmam ser de sua autoria:
"Passam-se os anos, e o véu do esquecimento / Baixando sobre as coisas, tudo se apaga / Menos da mãe, no triste isolamento, / a saudade que o coração lhe esmaga."

09 maio, 2020

Uma nova heroína

Uma nova obra de arte de Banksy apareceu no Hospital Geral de Southampton.
A pintura em grande parte monocromática, de um metro quadrado, foi pendurada em um vestíbulo perto do departamento de emergência.
Ela mostra um garoto ajoelhado perto de uma cesta de lixo, vestindo macacão e camiseta.
O garoto descartou seus brinquedos de Homem-Aranha e Batman em favor de uma nova heroína de ação  - uma enfermeira do NHS.
O braço da enfermeira está estendido e apontando para a frente, à moda de um super-herói em uma missão.
Ela está usando uma máscara, uma capa e um avental de enfermeira com o emblema da Cruz Vermelha (o único elemento de cor na foto).
Bansky deixou um bilhete para os funcionários do hospital, que diz:
"Obrigado por tudo que vocês estão fazendo. Espero que isso ilumine um pouco o local, mesmo que seja apenas em preto e branco".
A pintura permanecerá no Hospital Geral de Southampton até o outono, quando será leiloada para arrecadar dinheiro para o NHS.

NHS: National Health Service, o Serviço de Saúde Nacional do Reino Unido

+ Banksy: Steve Jobs grafitado e Arte picotada

Só quer ser as pregas

É uma expressão da Língua Portuguesa, mais característica do Nordeste do Brasil, que equivale a dizer que alquém quer ser, ou se passa por importante, especial.
Exemplo: "Fulano só quer ser as pregas."
- - - Completo (na Paraíba): "Só quer ser as pregas de quelé."
Sinônimo: "Achando-se..."
- - - Completo: "Achando-se o rei da cocada preta."
- - - Var.: o rei da coca da preta
Arcaísmo: umbigo
Neologismo: c*
Analogia: com o governo Bozo, quando se diz que continua sendo o c* (por sua fixação na segunda fase do desenvolvimento psicossexual segundo Freud).


Bom para o Dicionário Brasileiro de Frases.

08 maio, 2020

Ária do Calvoso

A morte de Aldir Blanc, seguida do suicídio político de Flávio Migliaccio (a carta deixada pelo ator originado no CPC da UNE e no Teatro de Arena é um dos documentos mais tristes de nossa história recente), parece invisível à cultura do ódio reinante na república terraplanista do Brasil. A senhora Duarte parece não ter dignidade cultural alguma. Só segue, silente e amedrontadamente, seu chefe coronário. Isto, aliás, faz lembrar o discurso de João Calvoso, na trilha de "Era no tempo do rei", composta por Carlos Lyra e Aldir Blanc, para o livro de Ruy Castro sobre a chegada da família real ao Brasil, no século XIX:

"Ária do Calvoso" (Aldir Blanc e Carlos Lyra) – com André Dias

"Criminoso, oportunista e cão servil", além de outros adjetivos de mesmo quilate: alguém tem dúvida de que cabem perfeitamente para o "estróina" de plantão?

Dez músicas de Aldir Blanc para explicar a conjuntura num país "de frente pro crime"
Ricardo Prestes Pazello
Curitiba (PR) | 5 de Maio de 2020

Matéria rima

(quase poesia)
o hidrogênio e o ardor do gênio
o lítio e a vida no sítio
o berílio e o início do idílio
o boro e a serpente Ouroboros
o carbono e a evolução do mono
o sódio e o próximo episódio
o magnésio e a Carta aos Efésios
o alumínio e a reserva de domínio
o silício e o caráter vitalício
o fósforo e o Estreito de Bósforo
o argônio e a sedução do demônio
o potássio e que fim levou o Cássio?

o cobalto, de salto alto
o zircônio atraído pelo ferormônio
o ferro se conhece pelo berro
o zinco e o leite do ornitorrinco
a prata e a rádio pirata
o mercúrio por entre murmúrios
o chumbo e a batida do bumbo
o ouro e a Ilha do Tesouro
o polônio com uma fissura no perônio
o tório, rato de escritório
o actínio em novo escrutínio
o urânio e que fim levou o Afrânio?

Vídeo
Um grupo de químicos acrescentou novos trechos à canção "The Elements", de Tom Lehrer.

07 maio, 2020

Uma generosidade que não foi esquecida

Em 1847, a Irlanda estava sofrendo com a "Grande Fome da Batata". Do outro lado do Oceano Atlântico, a nação Choctaw sentiu a dor dos irlandeses e se reuniu para angariar fundos. Eles enviaram um presente de US $ 170 à Irlanda para comprar comida, apesar de ainda sofrerem os efeitos do deslocamento na "Trilha das Lágrimas". Hoje, esses US $ 170, que representaram um verdadeiro sacrifício, equivalem a US $ 5.000. Os irlandeses nunca esqueceram essa generosidade dos nativos americanos . Em 2020, as pessoas das reservas Navajo e Hopi sofrem com a pandemia, principalmente devido à falta de água corrente e, por isso, criaram uma conta para receber doações a fim de garantir o fornecimento de alimentos e água engarrafada através do Fundo de Educação do Projeto Rural de Utah. Doações chegaram, muitas da Irlanda, e a conta levantou US $ 1,9 milhão até agora.